O ministro Dias Toffoli, na USP: defesa da Constituição (Crédito:Marcelo Chello/CJPress)

Em seminário sobre os trinta anos da Constituição Brasileira, na tradicional Faculdade de Direito do Largo São Francisco, pertencente a Universidade de São Paulo, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, disse na semana passada que não mais se refere ao golpe militar de 1964 valendo-se das expressões “golpe” ou “revolução”: “não foi golpe nem revolução. Me refiro a movimento de 1964”. E sugeriu que o ministro da Justiça, Torquato Jardim, foi quem lhe transmitiu tal “lição”. Dias Toffoli tem constitucionalmente o direito de chamar o golpe militar que apeou do poder um governante democraticamente eleito (João Goulart, vice de Jânio Quadros, que renunciara) pelo nome que ele quiser – trata-se da liberdade de interpretação da história e da liberdade de pensamento e expressão. Vale recordar uma consequência do “movimento” em 16 de janeiro de 1969, trinta e três dias após o golpe militar decretar o AI-5. Para ficar no campo jurídico: o “movimento” aposentou à força três ministros do STF, mais dois saíram em solidariedade, inclusive o presidente da Corte e quem o sucederia. O “movimento” suspendeu aos presos políticos um dos mais fundamentais direitos do cidadão, o direito ao habeas corpus.

VIOLÊNCIA
Major do Exército candidato ao governo de São Paulo sofre ataque a tiros

Até a tarde da quinta-feira 4 a polícia de São Paulo ainda seguia duas linhas de investigação – assalto ou atentado político – sobre o fato que envolvera, na noite anterior, o candidato da Democracia Cristã ao governo de São Paulo, major do Exército Adriano da Costa e Silva, e seu motorista, capitão do Exército Hamilton da Silva Munhoz. O carro Pajero prata no qual eles se encontravam na estrada da Cooperativa, na altura da cidade paulista de Ribeirão Pires, foi atacado a tiros por quatro homens, em duas motos. O capitão foi atingido no peito por um projétil, sem gravidade, devido à proteção do colete à prova de bala. Costa e Silva reagiu e disparou a sua arma contra os agressores, que conseguiram fugir. Munhoz perdeu o controle do veículo, que capotou e caiu em um córrego – ele o candidato foram resgatados pelo Corpo de Bombeiros. Ambos sofreram escoriações leves. Costa e Silva está com 3% das intenções de voto em pesquisa do Ibope. Segundo a sua mulher, Daniela Costa e Silva, o major vinha recebendo constantes ameaças de morte.

Do candidato, no Facebook

“Convoco a todos (…) que lutam contra essa organização criminosa e poderosa que se fez dona de nossa Pátria por meio do aparelhamento do sistema político”

ASTRONOMIA
A primeira Lua fora do Sistema Solar

Em artigo publicado na quinta-feira 4 na revista “Science Advances”, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Columbia, em Nova York, afirma que, pela primeira vez, foram econtradas fortes evidências da existência de uma lua fora do nosso sistema solar. Localizada a uma distância de aproximadamente oito mil anos-luz da Terra, também ela está orbitando um planeta (gigante, composto por gases e similar a Netuno) na constelação identificada como Cygnus. A observação se deu por meio dos telescópios espaciais Hubble e Kepler, da Nasa. Estima-se que essa exolua tenha somente 1,5% da massa do planeta que ela acompanha.

PERSONAGEM
A mulher do FMI

Kelvin Ma/Bloomberg via Getty Images

Pela primeira vez o Fundo Monetário Internacional terá uma mulher na função de economista-chefe. Trata-se de Gita Gopinath, 46 anos, nascida na Índia e professora na Universidade Harvard. É coeditora da revista “American Economic Review”. A nova economista-chefe substituirá Maurice Obstfeld, que há três meses anunciou a sua aposentadoria. Dois desafios que ela terá pela frente: as políticas protecionistas que crescem em todo o mundo e as novas formas de emprego diante do avanço tecnológico.

COMPORTAMENTO
Quem são os irracionais?

Antes mesmo de chegar ao fim dessa nota, o leitor já poderá dizer quem são os irracionais da história. Uma das mais movimentadas rodovias do País (a Raposo Tavares, em um de seus trechos no interior de São Paulo) está sendo usada por homens que tiram “rachas” com charretes puxadas por cavalos. O animal é tão fustigado, para que corra cada vez mais, que saem fagulhas no atrito de seus cascos com o asfalto. Um cavalo não aguentou, caiu, feriu-se. A essa altura, creio, já dá para o leitor responder sobre a questão da irracionalidade. A polícia paulista abriu inquérito para apurar maus-tratos a animais e periclitação de vida.