Um dos músicos mais visionários da história ganha finalmente um documentário à altura de sua obra: “Zappa”, do diretor Alex Winter, conta a trajetória do guitarrista, compositor, maestro e vocalista americano Frank Zappa, morto em 1993. Reduzi-lo apenas a um músico de rock seria uma injustiça: sua obra inclui composições de jazz, música erudita e obras de vanguarda. O documentário demorou mais de seis anos para ser finalizado porque o processo de catalogação dos arquivos pessoais de Zappa levou os produtores a analisar milhares de gravações e dezenas de horas de vídeos pessoais. Em entrevista à ISTOÉ, o filho do músico, Ahmet Zappa, revelou que a mãe só aceitou apoiar a produção porque é fã do trabalho do diretor. “Conheço Alex desde os doze anos de idade”, conta Ahmet. “Concordamos com o conceito que ele nos apresentou, mostrando o lado multifacetado de meu pai, do roqueiro ao ativista contra a censura e a favor da liberdade de expressão”, afirma. Winter é conhecido por seus documentários com viés políticos, como “Panama Papers”, sobre o vazamento de documentos do Pentágono pela imprensa, e “Downloaded”, que se refere à ascensão e queda do Napster. Em uma das cenas, Winter filma Zappa em seu estúdio em meio a milhares de fitas e gravações. “Meu pai gravava absolutamente tudo”, lembra Ahmet.

Visionário do rock

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Zappa lançou mais de 70 álbuns e também ficou famoso pela capacidade de descobrir novos talentos, como o guitarrista Steve Vai e o baterista Terry Bozzio. “Ele era brilhante e tinha uma capacidade incrível de combinar música, política e senso de humor. Era um futurista, uma espécie de Nostradamus do rock”, diz Ahmet (foto). A contar do tamanho do arquivo pessoal exibido no documentário, novas gravações inéditas devem chegar ao mercado em breve. “Temos tanta coisa para lançar que isso vai dar trabalho até para os meus netos”, brinca Ahmet.