Imagine que você está na sua casa e precisa participar de uma reunião de trabalho, só que ao invés de um bate papo via telefone, liga seus óculos tecnológicos e consegue visualizar e interagir com seus colegas como se estivesse no mesmo ambiente que eles. Pensou? Acredite ou não, esse cenário já é possível.

+ OCDE vê acordo sobre imposto global para empresas de tecnologia até julho
+ Ação judicial alega que Apple monopoliza tecnologia de frequência cardíaca para Apple Watch
+ UE quer que empresas de tecnologia controlem monetização com desinformação

Recentemente a Microsoft deu um passo rumo ao futuro ao anunciar os avanços com o Mesh, plataforma de realidade mista que promete revolucionar as relações humanas, sobretudo o mercado de trabalho. Por meio da tecnologia de “holoportação”, qualquer usuário presente na rede poderá interagir com colegas utilizando hologramas, esteja presente fisicamente ou não. Comum em filmes de ficção cientifica, como o badalado Star Wars, a ferramenta já está funcionando.

“Você pode realmente sentir que está no mesmo lugar com alguém compartilhando conteúdo ou se teletransportar de diferentes dispositivos de realidade virtual, mesmo sem estar junto fisicamente”, disse o brasileiro Alex Kipman, um dos desenvolvedores. “Essa é a ideia desde o início”, ressalta. Especialistas da área afirmam que a pandemia causada pela COVID-19 estimulou o setor a encontrar maneiras de “encurtar” o distanciamento social. Foi assim que plataformas de videoconferências ficaram tão populares. O Zoom, por exemplo, teve uma alta acima de 300% em 2020 — e foi de 10 milhões de usuários para mais de 200 milhões. Concorrente direta, a empresa de Bill Gates viu sua plataforma Microsoft Teams mais do que triplicar o número de usuários. O salto foi de 13 milhões para mais de 115 milhões, fato que estimulou o Mesh.

Emerson Cardoso Ferreira, diretor de Tecnologia na FC Nuvem, parte do grupo FCamara, especializado em transformação digital, conta que sua equipe é adepta do Teams, mas destaca que o Mesh pode modernizar sua forma de trabalhar. “Isso surge no momento certo por conta da pandemia”, diz. “É algo que irá funcionar em diversos dispositivos moveis e também vai unir as pessoas num ambiente virtual. É o futuro”, afirma. ‘

Trabalho remoto

Considerada uma das cinco empresas mais valiosas do mundo, segundo a revista Forbes, a Microsoft quer voltar ao topo do segmento tecnológico, e está utilizando seus maiores recursos para isso, como a plataforma Azure (nuvem), que hospeda ferramentas para trabalhos colaborativos à distância e o HoloLens, óculos de realidade virtual. Isso os coloca em uma posição privilegiada na corrida digital. “Nessas experiências colaborativas, o conteúdo que não está dentro do meu dispositivo ou aplicativo, está na nuvem”, conta Kipman. “Você só precisa das lentes especiais para ver”, ressalta. Para adquirir o equipamento é preciso abrir bem a carteira: o HoloLeans custa mais de R$ 50 mil.

A ferramenta tem uma viseira que cobre a região dos olhos, câmeras, microfones e sensores que reconhecem gestos e comandos de voz. Além disso, as imagens geradas nas lentes do HoloLens respondem aos movimentos da cabeça e do olhar. Alex Kipman afirma que o dispositivo trará autonomia para os usuários, seja em uma simples reunião ou para empresas que atuem com trabalhos manuais. Como o criador foi um dos responsáveis pelo desenvolvimento do Kinect, tecnologia interativa integrada ao Xbox, videogame de sucesso da Microsoft, a nova solução de holograma possui credibilidade no mercado. A empresa de Bill Gates ainda não disponibilizaram a versão completa, contudo, é possível testar o Mesh. Basta pesquisar “Microsoft Mesh na internet” e fazer login. Há quem já seja fã. “Já usei e gostei. Daqui uns anos pode ser nossa realidade”, pontua Emerson Cardoso.