Antes de qualquer título de formação Tabata Cláudia Amaral de Pontes é uma ativista pela educação. Aos 26 anos, a jovem paulistana é uma cientista política, astrofísica e está deputada federal pelo PDT de São Paulo desde a eleição de 2018. Ela chegou ao Congresso Nacional como a sexta mais votada no estado, com 264. 450 votos. Na última sexta-feira  (24), ela foi a convidada da Istoé para participar da live.

Em conversa com o diretor de redação de redação, Germano Oliveira, e o editor de comportamento, Vicente Vilardaga, a parlamentar avaliou a área educacional brasileira.

“A educação no país nunca foi prioridade em nenhum governo, mas na gestão Bolsonaro o desprezo pela área chega a ser bizarro”, disse.

Em 2019, ela foi indicada pela BBC como uma das 100 mulheres mais influentes do mundo. Formada em ciências políticas e astrofísica pela Universidade Harvard (EUA), na live, ela chama atenção para a aprovação do Fundeb e pelo distanciamento do governo federal sobre o tema.

“Um governo que impõe uma guerra cultural para promover ideologia e sabotar o que vinha sendo feito no últimos anos”, acredita.

“Nós estamos há um ano e meio discutindo o novo Fundeb e o governo se ausentou completamente dessa discussão. É difícil, de fora, responder com3 assertividade o porquê do governo Bolsonaro e seus ministros têm esse desprezo pela falta do Fundeb, mas, para mim, falta algo muito maior que é um total desconhecimento de como a educação pode ser uma alavanca de desenvolvimento econômico de inclusão social. É um governo que olha para o Ministério da Educação e o vê como um instrumento para uma guerra cultural e ideológica. É um palanque para um punhado de projetos pessoais, mas não como algo que realmente pode transformar a realidade dos nossos jovens”, diz.

“Tenho uma visão de mundo que é oposta do governo Bolsonaro, mas antes fosse só isso, a gente tá falando de um governo que despreza tanto educação que no momento de uma pandemia não faz absolutamente nada para auxiliar os estados os municípios”, critica.

“Um governo que olha para educação e diz que tá ali para acabar com a ideologia que se impôs na área e com o método Paulo Freire. A gente tem que olhar para a educação como um problema estrutural e não um problema ideológico”, completa.

Para a deputada, o Brasil teve uma com uma conquista importante na educação que foi colocar as crianças na escola e hoje quando se olha para evasão no ensino médio a situação é preocupante.

“O primeiro risco da pandemia é que muitos estudantes, especialmente os mais pobres e os negros, abandonem o ensino médio e o futuro deles está cada vez mais distante”.

Na live, Tabata falou sobre a política de se implantar escolas militares, do ensino a distância e da guerra da ideologia política, que se transformou a pasta. “Será que o novo ministro da educação será um novo capacho da ideologização?”, questiona. “O nosso estado é Laico, a educação tem que ser laica”, critica.

Sobre a pandemia do coronavírus que assola o país, ela afirmou que o presidente da República tem responsabilidades pelo número de mortes causadas pela Covid-19 no País.

“Bolsonaro apostou no caos da saúde, cruzou os braços, escolheu não fazer nada e achou que poderia lucrar com essa crise. O presidente da República tem uma narrativa que é muito perigosa e que eu tenho medo que seja narrativa vencedora por mais mentirosa que ela seja de que a população tinha que escolher entre o emprego e a saúde. Não existe essa dicotomia. Eu só espero que as pessoas entendam que tá acontecendo no Brasil. Tenho medo do que vai acontecer em 2022”, finaliza.