Maitê Proença Do Site Vida Boa Foto Schutterstock Era o fim de uma história de amor, dentro de mim correntes de ferro a se arrastar. Neste estado encontro uma grande dama das artes cênicas e, num ímpeto, derramo sobre ela a minha tormenta. Depois de tudo escutar, e como forma de consolo, a diva, do alto de seus oitenta anos, me diz: – Também estou apaixonada. Só que ele não sabe. Nem precisa saber. A paixão me faz ir para o teatro todos os dias e vibrar. Eu coloco essa coisa vigorosa no trabalho, e assim, experimento o amor, transformando-o naquilo que sei fazer de melhor. Falou mais bonito do que isso, mas passados alguns anos, o que ficou daquele momento de sabedoria compartilhada, foi a ideia da paixão como propulsora dos nossos talentos, como viabilizadora de delírios, e como força motriz para aquilo que precisa ser feito, mas não acontece, porque ela desperta movimentos estagnados dentro da gente. Uma paixão sem dono a serviço do mistério, nos dá ânimo para fazer deslanchar qualquer impulso, é a dor que se cura ao se deslocar do amor – basta misturá-la com um bocado de coragem e se lançar à vida, e à criação. Leia a coluna na íntegra