O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior (PSDB), foi o entrevistado da live de Istoé, na última sexta-feira (4). O tucano falou sobre as eleições municipais na capital gaúcha, comentou sobre sobre as reformas em tramitação no Congresso Nacional e sobre a gestão do presidente Jair Bolsonaro.

“Fizeram uma reforma da previdência capenga. Este governo está perdendo a oportunidade de fazer grandes reformas”, avalia.

Bombardeado com sucessivos pedidos de impeachment, foram cinco no últimos três anos, o prefeito falou sobre a mais nova solicitação de impedimento de seu mandato, aprovado na Câmara Municipal, no último dia 5 de agosto.

A peça questiona o fato do Executivo ter ordenado a retirada de R$ 3,1 milhões do Fundo Municipal da Saúde para aplicar em ações de publicidade. Os autores do ofício entendem que o prefeito cometeu crimes de responsabilidade ao alocar os recursos em meio à crise ocasionada pela pandemia.

“Esse pedido de impeachment é uma antecipação das eleições. São pedidos estapafúrdios”, defende-se.

Impedimentos à parte, Nelson Marchezan na última pesquisa eleitoral do Instituto Paraná, realizado em junho, aparece com somente 20,8% das intenções dos votos para continuar a ocupar a cadeira de prefeito. Ele disse no bate-papo que os ataques que vem sofrendo são resultados das decisões de alto risco que tomou desde que assumiu a municipalidade, contrariando interesses nos meios político e empresarial ao adotar ações impopulares, como a revisão de tributos, polêmicas privatizações e o corte em nomeações de cargos indicados por ex-aliados. “O sistema quer me expurgar”, disse.

Nelson ressaltou como a prefeitura engordou as receitas tributárias, cita a atualização da planta do IPTU e das reformas administrativas e previdenciária que a cidade vem passando.

“Nos próximos dez anos vamos gerar um caixa de mais de cinco bilhões de reais. Se não fosse a pandemia eu fecharia o ano no azul”, avalia.

Com o trabalho de seu governo questionado pela população porto-alegrense no combate à crise sanitária do novo coronavírus, o prefeito disse que a pandemia fez com que a arrecadação municipal diminuísse em mais de R$ 160 milhões.

“Em Porto Alegre não faltou um leito sequer para um doente de coronavírus”, afirma.

Quando o assunto é educação, o prefeito de Porto Alegre citou que tem utilizado de soluções pouco usuais no trato da educação, como a implantação de três “charter schools”, colégios com verbas da prefeitura geridos por instituições privadas, afirmou, em direção diametralmente oposta aos estudiosos do tema, que “a aprovação do Fundeb pelo Congresso nacional é um crime e uma injustiça contra as crianças brasileiras”, conclui.