O ex-ministro Ciro Gomes precisou lançar sua pré-candidatura a presidente na última sexta-feira, 20, para dar uma resposta aos próprios dirigentes do PDT de que ele não vai desistir da campanha para apoiar Lula, como alguns desejam. Apresentando-se como um rebelde, de acordo com o slogan criado pelo ex-petista João Santana, Ciro não consegue deslanchar. Caindo nas pesquisas após o ex-juiz Sergio Moro ter se lançado candidato, ele não poupou o ex-magistrado da Lava Jato. Para Ciro, Moro acabará nem sendo candidato. Seus alvos prediletos, porém, continuam sendo Bolsonaro, a quem chamou de genocida, e Lula, a quem acusou de ter privilegiado os mais ricos. Em suma. Sua metralhadora giratória continua como sempre: atira em todos, inimigos ou futuros aliados.

Paris

Ciro avisa que nunca mais se alinhará a Lula, inclusive em eventual segundo turno. O cearense mostra rancor profundo. Em 2018, se considerava o único que poderia derrotar Bolsonaro, mas Lula, na cadeia, preferiu lançar Haddad, presa fácil para o bolsonarismo. Com raiva, no segundo turno ele viajou para Paris, prometendo jamais se aliar ao PT.

Vice

Por isso mesmo, Ciro faz oposição a Lula, afirmando que a política econômica que ele pôs em prática no governo petista foi semelhante à de Bolsonaro. Com isso, o presidenciável do PDT pensa em ganhar musculatura para atrair para a sua chapa a ex-ministra Marina Silva como vice. Muitos da Rede, como Randolfe Rodrigues, preferem união a Lula.

Doria escala Maia para coordenar campanha

Diogo Moreira/MáquinaCW

João Doria escalou o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para coordenar o programa de governo da campanha tucana à Presidência. Com o conhecimento que possui no meio político, afinal foi presidente do legislativo por cinco anos, e com a proximidade com o empresariado, após ter sido o responsável pela aprovação da Reforma da Previdência, Maia será importante articulador da campanha do PSDB.

Retrato falado

“Tem dois ladrões e um juiz, que inclusive prendeu um deles” (Crédito:Eduardo Knapp)

O deputado Arthur do Val vai se filiar ao Podemos com o objetivo de apoiar a candidatura de Sergio Moro a presidente. Segundo ele, o apoio ao ex-juiz é natural, diante da polarização nas eleições. “Temos dois ladrões e um juiz. Temos o Bolsonaro, que para mim é ladrão, e temos o Lula, que para mim também é outro ladrão. E temos o juiz que prendeu um deles”, disse do Val, fundador do MBL. Nesta semana, integrantes do movimento, como Kim Kataguiri, se filiaram ao Podemos.

Choque elétrico

O que acontece com a energia elétrica no Brasil é o exemplo mais acabado da incompetência administrativa. A má gestão
do setor começou com Dilma em 2015, que congelou reajustes para favorecer a reeleição em 2014, e agravou-se com a incapacidade do governo Bolsonaro. Moral da história: em sete anos, o custo da energia para o consumidor residencial subiu 114%, contra uma inflação no período de 48%. Entre outras coisas, os consumidores estão pagando o pato pelos subsídios dados pelo governo ao setor e ultimamente estão pagando o aumento de custos provocado pela estiagem, que obrigou o segmento a operar com as termoelétricas. O pior é que a ciranda continuará em 2022.

Jabutis

Estima-se que os consumidores continuarão a ser penalizados por aumentos abusivos pelo menos nos próximos três anos. Este ano, por exemplo, os consumidores de energia elétrica terão que bancar a expansão das redes solar e eólica, fora os “jabutis” que o Congresso aprovou com a privatização da Eletrobras.

Toma lá dá cá

Sérgio Sá Leitão, secretário de Cultura do Estado de São Paulo (Crédito:Gilberto Marques)

O que a recuperação do Museu do Ipiranga traz de mais significativo?
É um projeto ambicioso que inclui o restauro e a ampliação do edifício principal, a reforma do jardim e das fontes, a recuperação do Monumento à Independência e a realização de 12 exposições.

O novo museu vai colocar São Paulo no roteiro dos maiores museus do mundo?
O projeto prevê a instalação de equipamentos multimídia que permitem interatividade. Haverá ainda um auditório, lojas, restaurantes, cafés e um mirante.

A iniciativa privada ajudou?
A revitalização só começou em 2019, quando o governador Doria iniciou sua gestão e colocou o tema como prioridade. Ele liderou uma grande mobilização do setor privado e isso foi fundamental.

Alckmin não

Cresce no PT e nos partidos de esquerda que apoiam Lula para presidente uma campanha contrária à chapa que terá Alckmin como vice. O MTST de Boulos lembrou que quando Alckmin era governador de São Paulo ele comandou a repressão aos sem-teto que ocuparam as terras do “Pinheirinho”, em São José dos Campos, e na “Nova Canudos”, em São Paulo.

Luiz Carlos Murauskas

Os contras

Já os petistas estão organizando um documento em que pedem que Lula não escolha o ex-governador tucano como seu vice. Com 1.295 assinaturas, o abaixo-assinado lembra que Alckmin apoiou o impeachment de Dilma e que teve uma “longa trajetória de combate às políticas democráticas e populares do PT”. Lula dá de ombros aos críticos. Por enquanto.

Presidente da Firjan perde na Justiça para ISTOÉ

Ricardo Borges

A juíza Roberta de Toledo Malzoni Domingues, do Forum da Lapa (SP), absolveu o jornalista Germano Oliveira da acusação de crimes contra a honra ajuizada pelo presidente da Firjan, Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira. A juíza considerou que a Constituição garante o direito à informação. A revista foi defendida pelos advogados André Fini Terçarolli e Cláudio Gama Pimentel.

Rápidas

* A volta do ex-ministro Abraham Weintraub incendiou os bastidores do bolsonarismo. Ele quer ser candidato a governador de São Paulo e disse que Bolsonaro trocou os velhos amigos pelo Centrão: o presidente prefere o ministro Tarcísio de Freitas para o cargo.

* As escaramuças não param por aí. Bolsonaro anunciou que vai lançar a ministra Damares Alves para o Senado em São Paulo. A deputada Janaína Paschoal, pré-candidata ao cargo, soltou impropérios contra o ex-capitão.

* Aliás, o presidente não tem sido nada feliz nas escolhas para a campanha da reeleição. Já havia indicado apoiar o ex-ministro Ricardo Salles para deputado em São Paulo, e agora apoiará Fabrício Queiroz no Rio de Janeiro.

* Alexandre Frota desistiu de disputar a reeleição de deputado federal. Será candidato a deputado estadual. “Não quero continuar fazendo papel de palhaço.” Ele se elegeu no colo de Bolsonaro e depois rompeu com ele.