O capitão Jair Bolsonaro elegeu-se com a bandeira da “nova política”, mas, na verdade, age como antigos candidatos da chamada Velha República (vai da Proclamação, em 1889, até a revolução de 1930). Age no mais puro e novo estilo do “coronelismo“. Senão vejamos:

Santa Filomena, localidade da zona rural do interior do Piauí, é paupérrima e sofrida. Pois bem, é lá que Bolsonaro fez chegar às escolas a internet banda larga. Ato de um estadista? Nem sonhar. Ato de um populista demagogo desesperado e apavorado diante da perspectiva, bastante concreta, de perda do poder nas eleições do ano que vem. Bolsonaro atuou como velho “coronel” político: aquele que dava pão aos pobres e junto as cédulas com o seu nome já assinalado, bastando aos coitados famintos apenas depositarem as cédulas nas urnas.

Todas as vezes que estudantes, professores e moradores de Santa Filomena acessam a rede, inevitavelmente eles têm de assistir à propaganda mentirosa oficial do governo Bolsonaro. Dura trinta segundos (o que é uma eternidade) e descaradamente tenta iludir sobre falsas realizações do bolsonarismo na área da saúde.

Assim, aos beneficiários do Wi-fi Brasil recebem a propaganda de forma autoritária. São pessoas simples, excelentes pessoas simples; são pessoas sem estudo, excelentes pessoas sem estudo; são pessoas sem malícia, excelentes pessoas sem malícia. São pessoas boas que vivem na pequena Santa Filomena. E o “coronel”, que é contra as seguras urnas eletrônicas porque pretendia se valer de fraude no voto impresso, atua feito um estelionatário eleitoral. Já está em campanha. Feito um velho “coronel”.