02/07/2021 - 9:30
Embora a Segunda Guerra Mundial tenha acabado há mais de 75 anos, alguns mistérios ainda não foram solucionados, como a localização de centenas de tesouros roubados pelos nazistas. Há inúmeras teorias de como Adolf Hitler e seus comandados da polícia secreta alemã, a Gestapo, pilharam diversos países, mas raras revelações dos lugares onde os itens foram escondidos. Ainda que milhares de peças tenham sido recuperadas ao longo dos anos, pouco se sabe a respeito dos espólios de guerra.
É por isso que um fato inédito chamou atenção na Polônia. Historiadores locais encontraram um esconderijo nazista dentro de um vulcão. É isso mesmo, um vulcão. Baseados em um arquivo secreto dos alemães recuperado em 2011, com a planta do projeto, as autoridades da Baixa Silésia, cidade polonesa, investigam o local. Mas como o gigante rochoso estava ativo até pouco tempo atrás, foi preciso adiar as escavações.
O testemunho de Kurt Heinemeyer, ex-agente da SS, esquadrão da morte nazista, confirmou que o vulcão realmente guarda relíquias. Ninguém havia entrado na caverna desde 1945, quando oficiais da Gestapo explodiram a entrada para proteger os pertences escondidos, porque a Alemanha estava em vias de perder a guerra. Para o doutor em Ciências Políticas, Rafael Moura, “regimes totalitários tiveram tradições expansionistas e bélicas e, portanto, controlavam e pilhavam outras nações”.
Segundo a Sociedade de fãs da Alta Lusácia, entidade responsável pelas buscas, este é o primeiro esconderijo nazista localizado num vulcão. Para se ter ideia, os níveis de umidade na caverna são altos e há apenas 17% de oxigênio, condições adversas para os seres humanos. Então, por ora, apenas carros robóticos e drones podem acessar o ambiente.
O historiador Diego Amaro, do Centro Universitário Salesiano de São Paulo (UNISAL), acredita que o achado é um marco. “Estamos diante de uma situação que pode mudar a forma como conhecemos a história”, diz. “Hitler levantou seu império com tesouros roubados e a gente nunca vai ter uma visão clara de tudo que foi subtraído”. Por conta da crise econômica causada pela pandemia da Covid-19, os historiadores clamam por doações para custear equipamentos, continuar as escavações e explorar o misterioso vulcão.
