A fisioterapeuta Viviane Albuquerque, de 33 anos, morreu no último domingo (5) vítima do novo coronavírus, em Pernambuco. Ela estava na 32ª semana da gravidez. O bebê sobreviveu após uma cesariana e segue internado na UTI do Hospital Unimed Recife.

Anderson Albuquerque, irmão da vítima, afirma que ainda busca um caminho para lidar com a perda da irmã. “Não houve nenhum tipo de despedida, nem tocamos nela, isso deixou tudo ainda mais dolorido”, disse em entrevista à revista Época. “O enxoval do bebê está em casa, tudo arrumadinho. Ontem vi as roupas lá”, contou o irmão.

Viviane foi internada no início da semana com quadro de tosse e febre. Ela fez o teste para coronavírus e recebeu o resultado positivo do exame na quinta-feira, quando foi levada para UTI.

De acordo com Anderson, os médicos decidiram submeter Viviane a uma cirurgia para retirada do feto, no sábado (4), com o objetivo de aliviar a respiração dela, o que acabou não acontecendo de imediato.

“Os médicos estavam numa tensão enorme. A ideia era ter mais espaço no diafragma para ela respirar melhor, mas não teve efeito logo. Precisaram colocá-la de bruço, mesmo com a ajuda dos aparelhos de respiração”, contou Anderson à Época.

Após a cesária, os médicos iniciaram o tratamento a base de cloroquina. Ela estava reagindo bem à medicação e chegou a apresentar melhora no quadro de saúde, no entanto, na tarde do domingo ela teve três paradas cardíacas e não resistiu.

“O pulmão tinha melhorado, mas o coração estava muito fraco, não sustentou”, disse Anderson. Ele acrescentou ainda que a irmã levava uma vida saudável e não tinha histórico de doença.

Além do recém-nascido que está internado, Viviane tinha duas filhas gêmeas que ainda não sabem da morte da mãe. “O pai não sabe como explicar, está conversando com psicólogo para ver como vai fazer. Elas eram loucas pela mãe”, disse Anderson à Época.