O que aconteceu na tarde do sábado do dia 12 de agosto em Charlottesville, nos EUA, tornou-se símbolo dos tempos de intolerância que o mundo atravessa. Localizada em Virginia, a cidade foi uma das bases do exército confederado durante a Guerra da Secessão (1861-1865), que opôs escravagistas, no Sul, e abolicionistas, no Norte. O lugar vinha sendo palco de uma polêmica envolvendo uma estátua, em uma de suas praças, do general Robert Lee. Aos olhos de muita gente, ele é um herói confederado. Para outros, Lee não passa de um representante da cultura escravagista. A marcha convocada pela Ku Klux Klan e neonazistas para defender a permanência da estátua no local resultou em um confronto com ativistas pró-direitos humanos. James Fields, radical de direita, jogou seu carro contra a multidão. Acabou matando Heather Heyer, defensora das liberdades civis. Donald Trump piorou as coisas ao demonstrar apoio aos defensores do ódio. Na Europa, eles também ganharam força. Na Áustria, o Partido Popular e o Partido da Liberdade, de centro e extrema direita, respectivamente, venceram as eleições. Na Alemanha, pela primeira vez em 60 anos um partido radical de direita obteve espaço no Parlamento.