A reação do governador de São Paulo, João Doria, frente ao desmoronamento na Linha 6 Laranja do Metrô, na manhã da terça-feira 1º, foi mais uma demonstração da sua capacidade de gerir uma operação gigantesca e crucial para a capital do Estado. Doria esteve no mesmo dia cobrando providências e soluções dos responsáveis pela obra, o consórcio Linha Universidade, liderado pela a empresa espanhola Acciona. “Determinei apuração imediata das causas e elaboração de plano da concessionária responsável pela obra”, escreveu o governador no Twitter.

A empresa conseguiu fechar a cratera, com profundidade de 30 metros, em menos de dois dias, que alcançou duas pistas da Marginal do Tietê. A operação de recuperação lembrou uma ocorrência em uma estação de metrô no Japão, em 2016, que também foi resolvida com agilidade em sete dias. Incrivelmente, a solução em São Paulo foi ainda mais rápida. Ganhamos em tempo dos japoneses, coisa que seria impossível com outras gestões.

O incidente nas obras do Metrô abriu a discussão sobre a eficácia da engenharia. Os motivos ainda estão sendo apurados, mas, em uma primeira análise, a informação é que as chuvas e o rompimento de uma galeria de esgoto podem ser as causas. Não houve nenhuma vítima. O operador do equipamento apelidado de “tatuzão” – máquina utilizada para escavar o solo – também é apontado como possível responsável. O secretário de Transportes Metropolitanos, Paulo José Galli, disse que “houve o início de vazamento às 8h21, e o que começou de uma maneira leve acabou rompendo. O solo não suportou o peso da galeria e cedeu”.

O dinamismo mitigou os efeitos para a população. Já no primeiro dia do fato, a Secretaria de Transportes Metropolitanos (STM) divulgou nota em que priorizava a “rápida normalização do tráfego local e da retomada das obras”.

Passado o susto, a cidade assistiu a uma movimentação intensa. Foram utilizados 4 mil metros cúbicos de concreto para fechar o buraco. Algo que corresponde a 650 caminhões com betoneira. Também foram colocados 12 mil metros cúbicos de pedras, o equivalente à capacidade de 1,2 mil caminhões basculantes. Os custos serão todos da Acciona. A STM e a Sabesp monitoram os trabalhos junto ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas para identificarem quais foram as causas. A maior preocupação no momento é com o escoamento do esgoto que foi transferido, subterraneamente, para um supertúnel com 7,5 km de extensão sob a Marginal do Tietê. Ele tem 3,4 metros de largura e 2,65 de altura. Já foram drenados mais de 10 milhões de litros de água e esgoto da saída de emergência e dos túneis.

A Linha 6 unirá a Zona Norte ao Centro e tem investimento estimado em R$ 15 bilhões. Por atender regiões com faculdades como São Paulo, Unip, PUC, Mackenzie, FMU e Faap, o trajeto é chamado de Linha das universidades. A estimativa é que 630 mil passageiros sejam beneficiados e que o percurso de ônibus que hoje dura 1h30 seja reduzido para 23 minutos. O incidente não trará consequências negativas para a campanha de Doria, que é o pré-candidato do PSDB à Presidência da República. Os eleitores assistiram às providências rápidas do governador e tudo foi resolvido antes do esperado. A engenharia funcionou.

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Cratera no Japão
Buraco de 300 metros quadrados na cidade de Fukuoka foi fechado em uma semana

Obra de ampliação no metrô de Fukuoka, em 2016, também teve solução rápida. Na ocasião, prédios vizinhos foram evacuados e cerca de 100 residências ficaram sem energia elétrica. A administração local foi capaz de resolver o problema em uma semana. Dia e noite os trabalhadores foram preenchendo o buraco que começou a encher de água numa importante via da cidade. Após a solução, o então prefeito Soichiro Takashima disse que a rua estava com o solo mais resistente que antes.