SCO/STF

A Lava Jato é igual ao verso do mangueirense Nelson Sargento: “samba, agoniza mas não morre, alguém sempre te socorre, antes do suspiro derradeiro”. Na semana passada, quem socorreu a mais eficaz operação contra a corrupção já feita no País foi o ministro do STF Celso de Mello — para o bem do Brasil. Ele suspendeu a análise, pelo Conselho Nacional do Ministério Público, de duas ações contra o procurador-chefe da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol. O principal processo que transita no CNMP é de autoria da senadora Kátia Abreu e poderia implicar a remoção de Dallagnol caso fosse condenado — a Lava Jato levaria boa dose de anestésico e o procurador voaria do pedestal para o chão. Ela move procedimento e indica supostas infrações, entre elas o fato de Dallagnol dar palestras remuneradas sobre a operação e o aproveitamento de R$ 2,5 bilhões da Petrobras (devolvidos de corrupção) para criar uma fundação de apoio à Lava Jato. O ministro Celso de Mello, acertadamente, deu vida a Dallagnol e impediu a morte da Lava Jato afirmando, por liminar, que ele não teve direito à ampla defesa e, consequentemente, foi-lhe negado o devido processo legal, base do Estado de Direito.

Divulgação

Não podemos deixar morrer Dallagnol e a Lava Jato são iguais ao verso de Nelson Sargento: “samba, agoniza mas não morre, alguém sempre te socorre, antes do suspiro derradeiro”

 

 

 

 

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BRASIL
Pandemia, a melhor polícia

MAURO PIMENTEL

O número de homicídios dolosos (intencionais) caiu em todo o País desde o início da pandemia — infelizmente, por aqui, é ela, a pandemia, a polícia mais eficiente. O Rio de Janeiro é o melhor exemplo desse fenômeno sociológico: acumula o menor índice de crimes contra a vida dos últimos trinta anos. De janeiro a julho foram mortas 2.153 pessoas. Ainda é um indicador bastante alto, mas foi extremamente reduzido se comparado ao mesmo período de tempo do ano passado, quando houve 3,5 mil óbitos. “As providências de distanciamento social foram vitais para essa redução”, diz Pablo Nunes, membro do Observatório da Segurança Pública do Rio de Janeiro.

Menos tiroteios

A plataforma Fogo Cruzado mostra: nos cinco primeiros meses de pandemia houve uma queda de 42% nos tiroteios,
no Rio de Janeiro, com 2 mil registros. No ano passado, em igual período, contaram-se 3,5 mil trocas de tiros.

EUA
Barack Obama fala como estadista

FILADÉLFIA Terceira noite da convenção democrata: consagração de Obama e de Kamala (Crédito:Scott Eisen)

A noite da quarta-feira 19 era a mais esperada da convenção democrata nos EUA. Superou a expectativa de seus eleitores e fez tremer as bases republicanas de Donald Trump. Credite-se isso ao pronunciamento do ex-presidente Barack Obama. Desde que deixou a Casa Branca, ele pouco vinha se manifestanto politicamente, o que chegara a irritar a sua esposa, Michelle. Na convenção, o que se viu foi mais que um Obama apoiando as candidaturas de Joe Biden e Kamala Harris. Ouviu-se a fala de um estadista. “Trump trata a presidência como um reality show”, afirmou ele. Mais: “acreditávamos que Trump cuidaria da nossa democracia, mas nunca a democracia correu tanto risco”. Mais ainda: “é assim que uma democracia definha até que não haja mais democracia”. Kamala Harris foi oficialmente confirmada como vice na chapa de Biden.

Kennedy ilumina Obama

Divulgação

As figuras de linguagem de Obama lembraram os discursos do ex-presidente John Kennedy, colocando o cidadão como responsável pelo futuro da nação e não o inverso (quem não lembra do clássico “não perguntem o que os EUA podem fazer por vocês, mas, sim, o que vocês podem fazer pelos Eua?”).

Chineses lavam a alma

A OMS saiu em defesa da cidade de Wuhan, que promoveu um megafestival em um parque aquático e, inevitavelmente, aglomerou gente na água. O evento (foto) foi criticado em todo o mundo, sobretudo porque a pandemia causada pelo coronavírus teve origem nessa cidade, que foi por bom tempo o epicentro da doença.


FAKE NEWS
A mentira da Cloroquina vem de 1918

Será lançado no País uma obra de primeira qualidade: “A bailarina da morte: A gripe espanhola no Brasil”. A autoria é das competentes historiadoras Lilia Schwarcz e Heloisa Starling. A gripe espanhola se alastrou em todo o mundo entre 1918 e 1920, e o País não ficou incólume: foram cerca de trinta e três mil mortos. O livro conta que, em Minas Gerais, anunciava-se um medicamento infalível, o “chloroquinino”. Não servia para prevenção nem para a cura — feito a cloroquina atual, da qual é parente direta. Como pode-se ver, a frase de Mark Twain é certeira: “enquanto a mentira dá uma volta ao mundo, a verdade ainda está sentada calçando os sapatos”.

“Enquanto a mentira dá uma volta completa ao mundo, a verdade ainda está sentada calçando os sapatos” Mark Twain, escritor (Crédito:Divulgação)

 


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