As bancadas partidárias na Câmara dos Deputados começaram a agilizar a disputa interna para emplacar os partidos nas comissões temáticas da Casa. PT, PL e partidos do Centrão tentam ocupar os principais espaços para evitar desgaste do governo ou emplacar pautas ideológicas.
Nas salas das lideranças, os deputados se reúnem de hora em hora para fechar os últimos ajustes nas negociações e preferências das legendas. A única comissão que não deve ser disputada é a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que tende a ficar com o União Brasil.
O PL deve ser o partido com o maior número de pedidos e preferência entre os partidos, respeitando o critério da proporcionalidade. Com 92 deputados, o partido terá logo a primeira e a segunda pedidas, além de outras quatro na lista de preferência.
Para o partido, a principal comissão de interesse é a de Saúde, uma das mais importantes da Casa. O colegiado também é um ponto sensível para o governo, que deve fazer alterações na pasta na reforma ministerial.
Outra preferência da legenda é a Comissão de Relações Exteriores, que pode ficar com o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O colegiado também é disputado por Beto Richa (PSDB-PR) e pelo PT, que quer outro nome à frente da comissão para evitar uma pauta trumpista no colegiado. Mesmo com as tentativas, a avaliação nos corredores é que a prioridade será do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O PT deve ter a terceira escolha na preferência e deve ficar com a Comissão de Educação. O partido perdeu esse posto no ano passado, quando Nikolas Ferreira (PL-MG) assumiu a cadeira de presidente.
Deputados do PT ficaram incomodados na época e afirmam que a comissão “não avançou” em 2024.
Além da Comissão de Educação, os petistas terão mais escolhas, mas a bancada avalia ser difícil decidir previamente, já que haverá outros partidos à frente.