Brasileiros do Ano – Defesa Civil – Coronel Robespierre

A tragédia de Brumadinho causou comoção mundial e deixou 270 corpos soterrados, além de um enorme rastro de destruição ambiental. O rompimento da barragem operada pela Vale S/A no Ribeirão Ferro-Carvão, na região do Córrego do Feijão, a 65 quilômetros de Belo Horizonte, aconteceu em 25 de janeiro de 2019 e exibiu a falta de controle e os problemas de segurança das grandes estruturas de mineração que funcionam em Minas Gerais. Tudo aconteceu de repente, sem que o risco de desabamento da barragem tivesse sido dimensionado. O mar de lama se expandiu por um vasto território. Foi o segundo maior desastre industrial do século e o maior acidente de trabalho registrado no Brasil.

Imediatamente depois da catástrofe, o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais começou a trabalhar no resgate das vítimas e vem fazendo, com sucesso, o mais longo trabalho de resgate ininterrupto já realizado no País. Num período de dez meses foram recuperados os corpos de dezenas de desaparecidos. Ainda restam 14 vítimas sob os escombros. “É a missão mais longa da história e a gente está conseguindo uma efetividade na recuperação das vítimas fora do comum”, diz o coronel Robespierre de Oliveira Silva, que comandou as operações em Brumadinho entre agosto e outubro deste ano. “Recuperamos 94% das vítimas e nosso objetivo é recuperar 100%”. Ao longo dos trabalhos foram mobilizados 1850 bombeiros militares. Também foram utilizadas 70 máquinas pesadas, 31 aeronaves e 22 equipes de cães de busca.

Redução de danos

Diferentemente de Mariana, cenário de outra tragédia da mineração em 2015, onde o impacto ambiental do desabamento da barragem é considerado irreversível, em Brumadinho, com os esforços do Corpo de Bombeiros, se espera reduzir consideravelmente os danos. A previsão da Vale é que 80% da destruição causada na Bacia do Rio Paraopeba, que inclui o Córrego do Feijão, sejam recuperados até 2023. Atualmente, 100 homens do Corpo de Bombeiros atuam diariamente em Brumadinho. E o trabalho de resgate só irá parar quando todos os corpos das vítimas forem recuperados ou quando não houver mais a mínima possibilidade de resgatá-los.