Mede três centímetros de altura uma das maiores e mais novas revoluções da medicina. Foi anunciada na semana passada pela revista científica “Advanced Science” e pode num futuro de dez anos (intervalo de tempo que para a ciência é um piscar de olhos) facilitar essencialmente o procedimento de transplantes de órgãos. Trata-se de um coração desenvolvido por pesquisadores israelenses a partir de células adiposas humanas e por meio da tecnologia de uma impressora 3D. Principal coordenador do estudo, o professor Tal Dvir, da Universidade de Tel-Aviv, explica que foi realizada uma “pequena biópsia” do tecido adiposo (gordura) de um paciente. O segundo passo consistiu na reprogramação genética das células desse tecido para que elas se tornassem células-mães capazes de originar qualquer órgão. Em seguida ocorreu uma nova programação, como se tal célula ficasse exclusivamente com a missão de se reproduzir no formato e com as funções do coração humano. Finalmente, o órgão nasceu numa impressora 3D. É um importante mas primeiro avanço, e, portanto, é natural que tenha de ser aprimorado, sobretudo em sua força de bombeamento de sangue para que possa atingir o patamar das condições cardíacas normais.

“Já não há dúvidas de que no futuro órgãos necessários serão impressos em 3D, totalmente personalizados para cada paciente” Declaração da Universidade de Tel-Aviv

SOCIEDADE
Radicalismo no Brasil é maior que a média mundial

Pesquisa do Instituto Ipsos em todo o Brasil: aqui a radicalização e a polarização política estão à frente da média de vinte e sete países. O mesmo estudo aponta uma gravíssima situação que ameaça qualquer regime democrático: 32% dos brasileiros não conversam com interlocutores que politicamente tenham opiniões divergentes. Esse índice de intolerância só é maior na Índia e na África do Sul (35% e 32%, respectivamente).

PERSONALIDADE
“Time” inclui Jair Bolsonaro entre os cem mais influentes

CLAUDIO REYES

Em sua tradicional lista das cem personalidades mais influentes do mundo, a revista “Time” incluiu o presidente Jair Bolsonaro – único brasileiro a ser eleito esse ano pela publicação americana. Ele é definido como um “personagem complexo”. É avaliado como sendo “garoto-propaganda de uma masculinidade tóxica, ultraconservador homofóbico com a intenção de travar uma guerra cultural e talvez reverter os avanços do Brasil em atacar as mudanças climáticas”. Nem tudo, no entanrto, são críticas. Bolsonaro também é tido pela “Time” como “a melhor chance em uma geração de promulgar reformas econômicas capazes de conter o déficit crescente”. Dentre outros políticos, constam da lista o autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, e o presidente dos EUA, Donald Trump. O destaque da capa da revista é a democrata Nancy Pelosi, que preside a Câmara dos Representantes.

Divulgação

MINERAÇÃO
Barragens sem fiscalização

MAURO PIMENTEL

Semana sim, outra também, o governo federal pratica absurdos no Brasil. Agora foram bloqueados cerca de R$ 15 milhões da verba da Agência Nacional de Mineração (aproximadamente 22% de seu orçamento). Não há dúvida de que tal corte irá prejudicar a inspeção e a fiscalização das quase setecentas barragens de mineradoras em todo o País – fiscalização que, convenhamos, já não se notabiliza pela excelência. A tesourada na Agência Nacional de Mineração vem quando o rompimento da barragem da Vale, na cidade mineira de Brumadinho (duzentos e setenta mortos e desaparecidos), completa pouco mais de dois meses. Na terça-feira 16, a PF cumpriu mandado de busca e apreensão na residência do presidente afastado da Vale, Fábio Schvartsman.

EUA
O Prefeito gay e a Casa Branca

SCOTT OLSON

“Eu reconheço a minha audácia, sendo um jovem prefeito do meio-oeste dos EUA”. A fala é de Pete Buttigieg (na foto, à esq.), que administra a cidade industrial de South Bend. Embora seja cedo para qualquer análise mais consistente com olhos na campanha eleitoral à Casa Branca em 2020, o fato é que ele se tornou o novo fenômeno do Partido Democrata americano e lançou a sua candidatura na semana passada. Pete tem 37 anos, já disse publicamente que é gay, guerreou no Afeganistão, formou-se em Harvard, fala nove idiomas e casou-se com o professor universitário Chasten Glezmen. Seu bordão: os EUA precisam de “uma nova geração de líderes”.

JUSTIÇA
Geraldo Alckmin agora é réu

DANIEL RAMALHO

Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo, tornou-se réu na semana passada por decisão da Justiça Federal. Motivo: improbidade administrativa relacionada a suposto caixa dois que lhe teria sido montado pela Odebrecht na campanha de 2014 ao governo paulista. Também são réus o ex-tesoureiro Marcos Monteiro, a própria empreiteira e quatro de seus ex-executivos. A eventual ilicitude envolveria R$ 10 milhões (não declarados à Justiça Eleitoral), de acordo com o Ministério Público. A Justiça também determinou o bloqueio de R$ 39,7 milhões dos acusados. O advogado que defende o ex-governador, José Eduardo Alckmin, afirma que a ação judicial é “fundada em grave erro”.