O senador Fabiano Contarato (Rede Sustentabilidade-ES) participou da live de IstoÉ, nesta sexta-feira (23). O parlamentar falou sobre vários temas nacionais como meio ambiente, em especial os desmatamentos e a crise no Ibama, Justiça, corrupção e foi duro com os colegas de parlamento.

“O Congresso Nacional, infelizmente, não representa os interesses da grande maioria da população brasileira. São homens brancos, ricos, engravatados, defendendo a vida do pobre”, criticou.

Firme na defesa de princípios como a moralidade, Contarato é formado em Direito e por dez anos foi delegado de Delitos de Trânsito. Naquela função, foi obrigado a atender muitos familiares de vítimas e inclusive liberar corpos no Instituto Médico-Legal. Essa dura experiência o tornou ainda mais sensível à causa das vítimas.

É dele a emenda que virou lei e que dá cadeia de fato para motorista embriagado que matar ou lesionar no trânsito, acabando com penas alternativas. Em primeiro mandato, ele é o primeiro senador homossexual assumido eleito no Brasil. Preocupado, com a crescente perda de direitos das pessoas e das minorias, ele é categórico em afirmar que “estamos vivendo um momento muito delicado que requer coragem e persistência”.

Presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado, ele criticou com veemência a forma como o governo Bolsonaro tem gerido a questão ambiental no País. Para ele, o Brasil vai demorar muitos anos para recuperar os estragos que o governo federal vem fazendo com o meio ambiente.

“O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, neste governo, está sendo dizimado. São muitos os ataques; não se fiscaliza, não se educa e estimula a grilagem e a impunidade. O Brasil que era um exemplo em preservação, agora é motivo de preocupação”, avalia. O parlamentar pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF), o impeachment do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, por omissão em relação ao crescimento do desmatamento da Amazônia.

“O STF não quer enfrentar a questão do afastamento do ministro”, acusa.

O senador ressaltou que já passou da hora de se aprovar a prisão em segunda instância, uma ferramenta de combate à corrupção que precisa entrar em vigor imediatamente.

“O Congresso, por questões pessoais, não tem interesse em aprovar a prisão em 2ª instância. Os crimes de maior prejuízo quem ocasiona são os políticos”.

Sobre o foro privilegiado – ele ilustra com o caso do senador Chico Rodrigues, que foi pego com o dinheiro na cueca para criticar a impunidade -, “a ocasião não faz o ladrão, mas revela-o”.

Contarato diz que o Conselho de Ética do Senado tem que dar uma resposta à sociedade sobre o caso.

“O Conselho tem que ser o cartão postal da Casa, mas está tendo um comportamento corporativo”, afirma.

Do grupo “Muda Senado”, bloco, formado por 21 senadores, que milita em nome de uma nova política, o parlamentar diz ser “contra a reeleição. É inconstitucional”.

Com críticas duras, ele analisou a atuação do governo Bolsonaro e o avanço das pautas conservadoras.

“É muito grave quando você vê, no próprio chefe do executivo, o respaldo para se ter um comportamento homofóbico, preconceituoso, machista e misógino. As pessoas estão tendo a oportunidade de revelar o que há de pior nelas”, conclui.