23/07/2021 - 18:41
Atenção! A distância entre o Brasil e a Europa está oficialmente se encurtando. Mas não se preocupe! O planeta continua do mesmo tamanho e nada está encolhendo! A boa vontade e o entendimento entre os Brasília e Lisboa é que está ficando maior.
Um novo acordo de aviação — há muito preparado, mas que a pandemia parou e foi agora assinado na recente visita de Carlos Alberto França, o novo ministro das relações exteriores do Brasil a Portugal — vai abrir uma verdadeira autopista aérea sem pedágio entre os dois países. Viajar entre a Europa e a América vais ser mais fácil que pegar Uber.
A maior novidade é a introdução da “quinta liberdade” no ar que separa as duas nações. Essa quinta liberdade do ar — uma das nove que regulam entradas no espaço aéreo e pouso entre países diferentes — vai permitir que, na mesma viagem, passageiros e mercadorias embarquem e desembarquem em um ponto intermédio.
Assim, o Ronaldo que mora em São Paulo e vai para Buenos Aires, pode pegar em Guarulhos o voo da TAP que começa no Tejo e termina no rio de la Plata. No sentido inverso, a Madalena que está morando em Cascais e está indo para o Reino Unido visitar o filho; pode combinar se encontrar no aeroporto de Lisboa com sua mãe — a Mônica — que está vindo do Rio para ir ver o neto, e seguem juntas mesmo voo da LATAM para Londres.
O acordo — assinado entre as autoridades de aviação civil dos dois países — ANAC & ANAC — permite a imediata ampliação da oferta de voos internacionais para quaisquer destinos nos dois países, com a possibilidade de ligação com terceiros países.
Sendo bem aproveitada, essa nova liberdade (agora possível) vai transformar os aeroportos do Brasil (e também de Portugal) em novas centralidades aglutinadoras transcontinentais. Pois se é verdade que acordo com Portugal soma-se a outros recentemente negociados pelo Brasil com mais países europeus, é mais verdade ainda que nenhuma cidade desses países está mais perto do Brasil que Lisboa.
O posicionamento estratégico de Portugal no caminho entre a Europa, a Ásia e o Brasil, é uma vantagem que cabe aproveitar — como parece até já estar acontecendo como demonstra um recente estudo da Câmara de Comércio e Indústria Luso Brasileira, mostrando que os frutos transportados por via aérea são os produtos com maior potencial de expansão nas exportações do Brasil a Portugal.
Com a livre determinação de capacidade, ou seja, sem a limitação do número de voos que podem ser oferecidos entre os respetivos territórios, a nova quinta liberdade, acaba com qualquer limitação (até agora de 46 voos) e pode se expandir sem constrangimentos. É o céu sendo o limite.