O homem que já foi chamado de “assassino do tango” pelos puristas portenhos hoje é celebrado não apenas em seu país de origem, mas em todo o mundo: nesse mês celebra-se o centenário de Astor Piazzolla (foto), o maior nome da música argentina. O artista nasceu em Mar del Plata, mas passou a infância em Nova York. Aos dez anos, ganhou seu primeiro “bandoneón”, espécie de acordeão típico dos pampas cujo som lembra o de um órgão de igreja. Com esforço dos pais, estudou música clássica e jazz e logo tornou-se um virtuoso no instrumento. Ainda criança conheceu o ídolo Carlos Gardel, que se encantou com seu talento. O cantor o convidou para acompanhá-lo em uma turnê, mas o garoto tinha apenas 13 anos e seu pai não deixou. A decisão foi salvadora: o avião com Gardel e sua banda caiu e todos morreram. Nos anos 1970, Piazzolla alcançou fama mundial e lançou seus maiores sucessos, os clássicos “Libertango” e “Adiós Nonino”. Unindo a tragédia do tango à influência erudita, revolucionou o estilo. Participou de gravações com Tom Jobim, Chico Buarque e Caetano Veloso, tornando-se popular também no Brasil. Morreu em 4 de julho de 1992 em sua querida Buenos Aires.