A corrida aos smartphones de última geração é um fenômeno curioso e poderá nos levar ao erro, nos fazendo acreditar que algum deles já ultrapassou a marca do mais vendido da história. Contudo, numa época em que as vendas não eram tão caóticas, houve um celular que se destacou e é, ainda hoje, o mais vendido da história.

Não era um smartphone avançado e tão-pouco uma referência de design. Aliás, para aqueles que só o conheceram na gaveta de velharias dos pais, a popularidade deste dispositivo poderá ser um tanto estranha.

Há 20 anos, quando ainda se utilizava o 2G e o Windows XP era o sistema operativo que corria nos computadores, era lançado aquele que é, ainda hoje, o celular mais vendido da história: o Nokia 1100.

Os smartphones davam os primeiros passos e as pessoas estavam ainda na fase de conhecimento. Pelo mercado já circulavam modelos como o BlackBerry 6230 e o Sony Ericsson P900.

Na época, contrariamente àquilo que acompanhamos hoje, a Nokia era uma das principais marcas da indústria e possuía um catálogo que fazia jus à sua dimensão.

Nokia 1100: o celular que conquistou o mercado

Foi no remar contra a maré da inovação que a Nokia fez a diferença, recuando um pouco e lançando um celular menos avançado do que aqueles que as pessoas estavam descobrindo.

Enquanto o conceito de smartphone, solidamente estabelecido hoje em dia, ganhava forma, a Nokia lançava o seu 1100, que se destacou exatamente por ser básico: um celular padrão, sem câmara e sem um tela colorida.

A Nokia queria que o aparelho funcionasse em ambientes exigentes, tendo traduzido essa vontade num design sólido, teclado totalmente fechado, de modo a evitar a entrada de poeiras, e bordas de borracha, para se adequar aos climas húmidos.

Além do display monocromático, estava equipado com lanterna, relógio, calendário, calculadora, cronômetro e uma agenda de contatos.

Uma das grandes vantagens do Nokia 1100 era a longa autonomia – ainda hoje é um elemento preponderante de qualquer smartphone.

A tática da Nokia passou por incorporar no 1100 uma bateria originalmente projetada para modelos mais avançados, que consumiam mais energia. Ainda hoje, há quem recorde a época em que podia usar o telemóvel durante uma semana inteira sem precisar de recarregar.

Desde o seu lançamento, há 20 anos, acumulou mais de 250 milhões de unidades vendidas, carregando o título do celular mais vendido da história.

O Nokia 1100 teve seu suporte interrompido em 2009, com alguns usuários espertinhos anunciando suas unidades do modelo em lojas online por exorbitantes quantias que chegaram a até US$ 32 mil.