Guilherme Amado Coluna

Coluna: Guilherme Amado, do PlatôBR

Carioca, Amado passou por várias publicações, como Correio Braziliense, O Globo, Veja, Época, Extra e Metrópoles. Em 2022, ele publicou o livro “Sem máscara — o governo Bolsonaro e a aposta pelo caos” (Companhia das Letras).

O buquê de 26 rosas brancas e 5 vermelhas entregue a Lula

Coalizão Nacional de Mulheres entregou buquê a Lula para representar poucas mulheres nos tribunais superiores

Arquivo pessoal
Foto: Arquivo pessoal

Foi em vão a tentativa da Coalizão Nacional de Mulheres de comover o presidente Lula na escolha de um novo nome para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Na terça-feira, participantes do grupo foram ao Palácio do Planalto e deixaram para o presidente um buquê com 26 rosas brancas, representando o número de ministros homens, e cinco rosas vermelhas, mesmo número de mulheres no tribunal.

“Escrevemos um cartão bem gentil, tentando sensibilizá-lo em relação à disparidade de gênero na Corte. É muito triste saber que não adiantou, ficamos arrasadas”, afirma Adriana Cecílio, da Coalizão Nacional de Mulheres. “Ele escolheu o único homem entre duas mulheres progressistas e competentes.”

No mesmo dia da visita – e após seis meses de indefinição –, Lula decidiu que o desembargador Carlos Brandão, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), será o nomeado. Brandão preenche uma das duas vagas abertas no STJ desde 2024 e integra o quadro destinado à Justiça Federal.

Brandão foi escolhido por ter apoio do ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), do ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, e do governador do estado, o petista Rafael Fonteles. Seu nome surgiu na lista tríplice feita pelo STJ em outubro do ano passado. Faziam parte da seleção as desembargadoras Daniele Maranhão Costa (que tinha apoio da Coalizão Nacional de Mulheres), também do TRF-1, e Marisa Ferreira dos Santos, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3).

“A vaga era de uma mulher. O presidente reproduz um retrocesso na paridade de gênero no âmbito das Cortes Superiores”, afirma Adriana Cecílio.

O STJ é composto por 33 ministros que vêm da Justiça Estadual, da Federal, da advocacia e do Ministério Público. Esta é a segunda indicação de Lula para a Corte em seu terceiro mandato. A primeira foi Daniela Teixeira, nomeada em 2023. A segunda posição que está aberta no STJ, destinada a alguém que venha do MP, segue vaga. A favorita para o posto é a procuradora Maria Marluce Caldas, de Alagoas, tia do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC do PL, mesmo partido de Jair Bolsonaro.