Em nome de Deus, apoiadores de Bolsonaro continuam atacando profissionais da imprensa. Desta vez, foi o repórter cinematográfico Leandro Matozo. Escalado para trabalhar no feriado, Matozo estava em Aparecida do Norte, no interior de São Paulo, cobrindo jornalisticamente o dia da padroeira do Brasil, na data em que a cidade tradicionalmente recebe milhões de fiéis.

O repórter foi agredido enquanto gravava no complexo da basílica. Um rapaz se aproximou da equipe e, não satisfeito apenas em insultá-lo, golpeou-o com a própria cabeça contra o rosto de Matozo, na direção de seu nariz. Tentando estancar o sangramento, Matozo ainda foi obrigado a ouvir do agressor: “Se eu pudesse, mataria vocês”. A equipe saiu do santuário e foi direto para a delegacia registrar a ocorrência.

Matozo felizmente está bem. Já o Brasil, por outro lado, não. O repórter foi atacado dentro de uma igreja, por um bolsonarista que também é professor de ensino fundamental. Se um professor faz isso em público, dentro da igreja que sugere seguir, o que será que ele seria capaz de fazer na sua casa? Ou dentro de uma sala de aula? Qual tipo de educação que nossas crianças estão recebendo nas escolas?

É inadmissível que atitudes como essa sejam relativizadas, mediante argumentos tão absurdos usados para justificá-las. Afinal de contas, que espécie de seguidores do cristianismo seriam esses que pregam a intolerância, a violência e o extermínio? Essa é a a palavra de Deus que Bolsonaro diz seguir e que cerca de 20% da população apoia. Enquanto isso durar, o Brasil seguirá como está: doente.