A polarização política não precisa produzir violência, por mais acirrados que estejam os ânimos. Só produz agora no Brasil porque o País está desgovernado e tem um presidente pervertido e armamentista, que há anos prega que é preciso metralhar a petralhada e tomar o poder à bala. Sua boçalidade não tem limites e sua influência acaba gerando situações como o assassinato do guarda civil Marcelo Arruda pelo policial penitenciário federal Jorge José Guaranho, no último domingo, em Foz do Iguaçú (PR). O crime é um efeito direto da cultura de agressão e silenciamento de adversários e minorias estimulada por Jair Bolsonaro. Há no comando do País uma personalidade transtornada que acredita que o mal está nos outros, nos oposicionistas, em qualquer um que não concorde com as teses descabidas e negacionistas que nutrem sua ideologia de direita. E esse pensamento alimenta seguidores como Guaranho, que resolvem seus problemas matando o próximo.

Para Bolsonaro, a única medida contra os desafetos é destruí-los e seus simpatizantes idiotizados e violentos estão dispostos a fazer qualquer coisa pelo chefe. Se ele manda matar esquerdistas, seus aliados cumprem as ordens. Como não tem a mínima condição de enfrentar quem quer que seja na conversa, Bolsonaro e seus seguidores apelam para a ignorância e tentam substituir a boa convivência política pela estupidez e pela insanidade. Seu objetivo é armar a população que o apóia para enfrentar seus críticos e incentivar a radicalização. Em nome de um direito fajuto de legítima defesa o presidente fomenta a liberdade de matar opositores e estimula o uso de revólveres e fuzis contra o movimento social.

Dada a vocação homicida bolsonarista, outros casos como o de Foz de Iguaçu devem pipocar pelo Brasil. Com o aumento da tensão sistêmica, por causa da eleição, a situação tende a piorar. O empoderamento de militantes radicais causa deleite no governo, que parece cada vez mais interessado na eclosão de conflitos armados e na convulsão social. Vivemos tempos aterrorizantes e qualquer um que manifeste uma posição política contrária a do governo corre o risco de ser morto covardemente.