A polarização política não precisa produzir violência, por mais acirrados que estejam os ânimos. Só produz agora no Brasil porque o País está desgovernado e tem um presidente pervertido e armamentista, que há anos prega que é preciso metralhar a petralhada e tomar o poder à bala. Sua boçalidade não tem limites e sua influência acaba gerando situações como o assassinato do guarda civil Marcelo Arruda pelo policial penitenciário federal Jorge José Guaranho, domingo, 10, em Foz do Iguaçú (PR).

O crime é um efeito direto da cultura de agressão e do esforço de silenciamento de adversários e minorias estimulados por Jair Bolsonaro. Há no comando do País uma personalidade transtornada que acredita que o mal está nos outros, nos oposicionistas, em qualquer um que não concorde com as teses descabidas e negacionistas que nutrem seu pensamento de direita.

E suas idéias  alimentam o espírito de seguidores como Guaranho, que cumprem uma missão política sinistra matando o próximo, só porque ele tem uma visão de mundo diferente. Idiotizados e violentos, os simpatizantes de Bolsonaro estão dispostos a fazer qualquer coisa pelo chefe, que estimula a eliminação de desafetos. Se ele mandar matar esquerdistas, seus aliados cumprem as ordens. Como não têm a mínima condição de enfrentar quem quer que seja na conversa, Bolsonaro e seus seguidores apelam para a ignorância e substituem a boa convivência política pela estupidez e pela insanidade. Seu objetivo é armar a população que o apoia para enfrentar seus críticos nas
ruas, incentivando a radicalização.

Vivemos tempos aterrorizantes e qualquer um que manifeste uma posição política que seja contra a ideologia do governo corre o risco de ser morto covardemente


Em nome de um direito fajuto de legítima defesa o presidente estimula o uso de revólveres e fuzis contra os movimentos sociais e fomenta a liberdade de matar opositores.

Dada a vocação homicida bolsonarista, outros casos como o de Foz de Iguaçu devem pipocar pelo Brasil. Com o aumento da tensão sistêmica, por causa da eleição, a situação tende a piorar. O empoderamento de militantes radicais causa deleite no governo, que parece cada vez mais interessado na eclosão de conflitos armados e na convulsão social. Vivemos tempos aterrorizantes e qualquer um que manifeste uma posição política que seja contra a ideologia de Bolsonaro corre o risco de ser morto covardemente.