Como faz todos os anos, a Nasa comemora o aniversário de lançamento do Telescópio Espacial Hubble, divulgando imagens impressionantes e inéditas do espaço. Ao completar 30 anos de navegação na órbita terrestre, o Hubble é hoje o telescópio mais popular do mundo. Famoso não só pelas belas fotos, mas também pela imensa colaboração à comunidade científica, o equipamento ajudou a desvendar muita coisa sobre o passado e propor hipóteses para o futuro, além de redefinir a nossa compreensão do Universo. Do tamanho de um ônibus escolar, o Hubble foi lançado ao espaço do Centro Espacial Kennedy, na Flórida (EUA), no dia 24 de abril de 1990, a bordo da nave Discovery.

O retrato inédito deste ano mostra parte do Recife Cósmico, região de formação de estrelas na Grande Nuvem de Magalhães, galáxia satélite da Via Láctea. Gigantes e coloridas, as duas nuvens interestelares são formadas por poeira e gases. Parecem estar se separando, mas fazem parte do imenso complexo de Magalhães. Com brilho pelo menos 10 vezes mais intenso do que o Sol, são estrelas de vida curta: apenas alguns milhões de anos, contra 10 bilhões de anos do Sol. Na esteira das comemorações, a Nasa lançou uma plataforma online que disponibiliza ao usuário o que o Hubble fotografou no dia, mês e ano digitado pelo interessado. Muita gente procura obter a imagem do que aconteceu no dia do seu aniversário.

“Buraco negro”

O telescópio espacial foi batizado em homenagem ao astrônomo americano Edwin Powell Hubble, que revolucionou a Astronomia ao identificar que a velocidade de afastamento das galáxias é proporcional à sua distância. Nestas três décadas, o Hubble fotografou, sem parar, 24h por dia, todas as semanas e meses dos últimos 30 anos. Imagens e descobertas científicas foram compartilhadas com um público leigo, que acabou se familiarizando com os termos de seus registros históricos, como “buraco negro”, “expansão do universo” e “berçário de estrelas”. Essa apropriação, segundo a comunidade científica, ocorre, sobretudo, por conta das imagens capturadas pelas potentes lentes do telescópio e divulgadas massivamente em todo o planeta.

Três décadas de descobertas

Berçário de estrelas
Detectores infravermelhos do Hubble vasculharam nuvens imensas de gás e poeira desvendando a região onde nascem milhares de estrelas, num processo violento que produz imensa quantidade de radiação ultravioleta e frentes de choque.

Buracos negros devoradores
O telescópio confirmou a existência de buracos negros, uma massa de milhões ou bilhões de estrelas, do tamanho da galáxia. Talvez seja a prova de que ele cresce junto com a galáxia e se alimenta de parte dela.

Idade do Universo
As imagens do telescópio espacial ajudaram a medir o brilho das Cefeidas, estrelas gigantes ou supergigantes amarelas usadas como “faróis” para o cálculo de longas distâncias. A medição apontou que o Universo tem cerca de 13,7 bilhões de anos.