Um novo ciclo se abre na ginástica artística brasileira. Deve-se isso à atleta paulista Rebeca Andrade, 23 anos, que se cobriu de glórias com medalha de ouro e de bronze no Mundial de Ginástica, disputado em Liverpool, na Inglaterra. O ouro foi ganho na dificílima competição “individual geral”, que envolve as provas de saltos, trave, paralelas assimétricas e solo. Cansa os músculos, exaure a concentração. Valeu, deu ouro inédito. O bronze veio-lhe na prova individual de solo. Rebeca brilhou pela quarta vez com a coreografia “Baile de Favela”, da qual agora se despede. Outras coreografias virão, mas em cada mínima movimentação do seu corpo (quarenta e cinco quilos e um metro e quarenta e cinco centímetros) ficarão gravados para sempre som e orgulho: foi esse o bailado no ar, foi esse o bailado no solo, da jovem que se tornou a primeira latino-americana a sagrar-se medalhista e campeã olímpica em ginástica artística. Candidatos a patrocinadores têm de olhar e ouvir “Baile de Favela”; tem de olhar e apoiar as Rebeca brasileiras.

VITÓRIA Rebeca, que compete pelo Flamengo: medalha a ser beijada (Crédito:Ryohei Moriya)

EXPOSIÇÃO
Pasolini, também mestre da pintura

Pintor e escritor, mas, principalmente, um dos maiores nomes do cinema, na função de diretor: Pier Paolo Pasolini. Para homenagear o centenário de nascimento foi aberta em Roma uma exposição com duzentas de suas obras no campo das artes visuais que demonstram grande talento na realização, sobretudo, de autorretratos e retratos. “Na multiplicidade de iniciativas dedicadas ao centenário, essa é a mais original porque a pintura talvez tenha sido a sua atividade menos conhecida”, disse o secretário de Cultura de Roma, Miguel Gotor (a exposição poderá vir ao Brasil). Pasolini morreu assassinado em 1975. A mostra ficará aberta ao público na Galleria d’Arte Moderna até abril do ano que vem. Em todas as suas criações, nos mais diferentes setores, Pasolini foi decisivamente influenciado pelo filósofo Antonio Gramsci (que fez dele um “intelectual orgânico”) e pelo poeta renascentista Dante Alighieri, autor de uma das essenciais obras à compreensão da alma humana: A Divina Comédia. Em vez de escrevê-la em latim, o que era a tradição, Dante o fez no dialeto florentino, sendo por isso considerado o fundador da língua italiana. Da obra, Pasolini absorveu o desafio da originalidade.

MOSTRA O artista na tela: autorretrato como uma das formas favoritas de pintura (Crédito:CLAUDIO PERI)

ELEIÇÕES
Partido Democrata impede a onda vermelha dos republicanos nos Estados Unidos

SURPRESA Os eleitores democratas compareceram em peso às urnas: mobilização valeu a pena (Crédito: Ryan M. Kelly / AFP)

As eleições de meio mandato nos Estados Unidos ainda não estão concluídas, isso ocorrerá somente no dia 6 de dezembro, quando acontece a votação de segundo turno para governador da Geórgia e Senado em dois estados: Arizona e Nevada. Pode se dizer que o pleito atual está sendo marcado por três pontos principais. Nos EUA a votação não é obrigatória, dessa forma, o fato de o Partido Democrata ter conseguido estimular os seus eleitores a irem às urnas possibilitou a legenda barrar uma situação que era dada como certa pelas pesquisas: a vitória absoluta do Partido Republicano. Até a tarde de quinta-feira 10 a conjuntura era a seguinte: estavam em disputa 435 cadeiras na Câmara dos Deputados e, no Senado, 35 dos 100 assentos. Na Câmara, os democratas conquistaram 191 postos contra 209 dos republicanos. Já no Senado, o placar foi de 48 cadeiras para os democratas e 49 aos republicanos. O segundo aspecto importante foi à ascensão de Ron DeSantis, governador reeleito da Flórida pelo Partido Republicano. Tal avanço enfraquece politicamente o ex-presidente Donald Trump, que pensa formalizar a sua pré-candidatura à Casa Branca. A votação possibilitou, ainda, a eleição de Wes Moore, como o primeiro governador negro do país, no estado de Maryland, e Maura Healey, mulher assumidamente lésbica, para governar Massachusetts. Ambos são do Partido Democrata.

REELEITO Ron DeSantis obteve expressiva vitória no estado da Flórida: Donald Trump perde força política (Crédito:GIORGIO VIERA)