17/09/2021 - 9:30
O artista plástico búlgaro Christo Javacheff, falecido no ano passado em Nova York, surpreendeu o mundo transformando grandes monumentos de diversos países em verdadeiras instalações — a isso ele dava o nome de “embrulhar” ou “empacotar”. A Pont Neuf, em Paris, e o Reichstag, em Berlim, são exemplos de sua ousada criatividade. Nada se compara, no entanto, com a homenagem póstuma que na semana passada foi-lhe prestada. Christo, pouco antes de morrer, confidenciou que seu grande sonho era atuar novamente em Paris, dessa vez “embrulhando” um dos maiores símbolos nacionais franceses, erguido em 1836: o Arco do Triunfo. O seu desiderato foi agora realizado por intermédio do sobrinho Vladimir Yavachev. No final de junho, Vladimir começou a concretizar o plano. Foram necessários vinte e cinco mil metros quadrados de tecido e, como em todo presente, também o Arco do Triunfo recebeu um laço de fita vermelha que mede três mil metros. “O projeto foi desenhado por Christo até o último detalhe, portanto temos de nos ater a ele”, diz Vladimir. Quatorze milhões de euros foram investidos, e o Arco do Triunfo ficará “empacotado” até o dia 3 de outubro.
“Será como um objeto vivo. Ganhará vida com o vento e refletirá a luz” Christo, sobre o projeto de “embrulhar” o Arco do Triunfo
Bonitas, mas desnecessárias
Christo (foto, 1935-2020) possuía uma linha muito particular de trabalho: gostava de grandes monumentos arquitetônicos e queria que suas obras fizessem parte deles e da paisagem urbana. “Faço coisas bonitas, inacreditavelmente inúteis e totalmente desnecessárias”, ele costumava dizer.
POLÍTICA
Despenca a popularidade digital de Bolsonaro
Mais que nunca Jair Bolsonaro range os dentes — o bruxismo está de amargar. Para quem não vive sem as redes sociais e quer ir a um segundo mandato, a sua ira tem razão de brotar. Na semana passada, Bolsonaro apresentou o mais baixo índice de popularidade nos meios digitais, desde que desembarcou no Palácio do Planalto. De acordo com o Índice de Popularidade Digital (IPD), da Quaest, o presidente desabou da marca de 62,4 para 37,1. Motivo do tombo espantoso: após a braveza nas manifestações do Sete de Setembro, atacando pessoalmente ministros do STF, ele divulgou uma carta na qual recuou nas ameaças. Ficou no limbo: perdeu o apoio de muitos bolsonaristas que gostam de ouvi-lo rosnar.
EUA
Simone Biles: campeã olímpica e vítima de abuso sexual
Na semana passada, a ginasta Simone Biles testemunhou no Senado dos EUA sobre a violência que sofreu do ex-médico Larry Nassar, que era responsável pela equipe olímpica e, agora, está preso sob acusações de ter abusado de outras trezentas e trinta mulheres. Biles iniciou o discurso com a seguinte frase: “ganhei vinte e cinco medalhas em mundiais, sete em Olimpíadas, e sou uma sobrevivente de abuso sexual”. O Comitê do Senado investiga possíveis falhas do FBI — como, por exemplo, a falta de uma ação prévia contra Nassar quando já se tinha indícios dos abusos. Juntamente a Biles, também estavam presentes as atletas Aly Raisman e McKayla Maroney e o diretor do FBI, Christopher Wray. O Departamento de Justiça norte-americano admite que o escritório do FBI, em Indianápolis, foi omisso. “Eu culpo Larry Nassar e também culpo todo um sistema que possibilitou seus abusos”, disse Biles.
ESPAÇO
Olha a Terra!
O turismo espacial iniciou na quarta-feira 15 a sua viagem mais revolucionária. Em um foguete que decolou da Flórida, nos EUA, quatro passageiros foram levados a cerca de quinhentos quilômetros da Terra. Houve quem tenha se mantido sério no interior da cápsula, houve quem risse, houve quem tentasse dormir. É a primeira vez que civis, sem formação especializada e sem acompanhamento presencial de um astronauta, entraram na órbita da Terra. A expedição é iniciativa do bilionário Elon Musk. Previsão de retorno: sexta-feira 17.
