Boa parte da primeira leva foi de executivos e empresários. A operação Lava Jato – a maior já feita contra a corrupção no Brasil – mandou para a cadeia, entre outras pessoas, Dario de Queiroz Galvão, ex-presidente da Galvão Engenharia, e Marcelo Odebrecht, do grupo Odebrecht. Foram para trás das grades também políticos como os ex-deputados André Vargas e Pedro Corrêa, o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, o ex-ministro Antonio Palocci e o ex-prefeito Paulo Maluf. Em 2017, a mira fechou: eles, os políticos, definitivamente encontraram a prisão.

O ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves foi preso no dia 6 de junho, acusado de corrupção ativa e de lavagem de dinheiro na construção da Arena das Dunas, em Natal. Cerca de um mês depois, no dia 3 de julho, foi a vez do ex-ministro Geddel Vieira Lima, suspeito de participação em desmandos na Caixa Econômica Federal.

Em novembro, os desdobramentos da Lava Jato resultaram em nova onda de prisões, dessa vez no Rio de Janeiro. No dia 16, a Justiça determinou a prisão do deputado Jorge Picciani, então presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Em uma manobra grotesca, o parlamento fluminense decidiu pela libertação de Picciani na tarde seguinte. Cinco dias depois, no entanto, o Tribunal Regional Federal da 2a Região determinou seu retorno à cadeia. No dia 22, os ex-governadores Anthony Garotinho e Rosinha Garotinho foram presos também, acusados de corrupção, organização criminosa e crimes eleitorais. Ela conseguiu sair. Ele, não. Para fechar novembro, Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador Sérgio Cabral, voltou à cadeia no dia 23, depois de ter sido colocada em prisão domiciliar após ser presa em 2016. Às vésperas do Natal voltou à prisão domiciliar.

A extensão da Lava Jato à classe política embute um pioneirismo histórico. Assim como diversos empresários e executivos brasileiros, boa parte dos políticos do País achava-se imune do alcance da leis. Agora, as decisões do STF mostrarão qual será o destino desses líderes presos.