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Está sendo lançado o documentário “Jaguaretê-Avá” (no idioma indígena significa “Somos parte da natureza”), feito pelo cineasta e ativista ambiental brasileiro Lawrence Wahba, um dos maiores defensores da preservação do nosso Pantanal. No ano passado, no auge dos incêndios (entre março e junho) que devastaram a mata e cujos efeitos ainda mantêm sob risco de extinção pelo menos seis espécies animais, ele colocou sob perigo a sua própria vida e permaneceu ao longo de dez semanas ajudando pessoalmente no combate às chamas e no salvamento de onças, macacos, araras-azuis, antas, tamanduás e demais espécies. “Afirmo que noventa e oito por cento das queimadas e incêndios no Pantanal são decorrentes de ação humana”, diz Lawrence. Ele também conseguiu agrupar núcleos que se dedicam à conservação da natureza e alcançou aquilo que parecia missão impossível: convenceu autoridades locais a zelarem pelo Pantanal — ainda que estejam aquém da dedicação de Lawrence, pelo menos já olham com maior responsabilidade para a área de cerca de cento e quarenta mil quilômetros quadrados. O documentário, que poderá ser visto na Globoplay e tem duração de uma hora e catorze minutos, traduz o ritmo de alucinante aflição vivido por todos que estiveram na região à época do fogo — e que amam os animais. Lawrence, por exemplo, chega a pedir desculpa a onças pela ação predatória do homem. “O documentário tem um caráter educacional”, diz ele.

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LAWRENCE ENTRE AS CHAMAS

Seu carisma e, sobretudo, o amor aos animais resultaram no agrupamento de catorze ONGs. Essa união, mostrada no documentário, foi essencial para salvar as espécies.

(IN) JUSTIÇA
O Estado do Rio terá de ressarcir major que matou o pedreiro Amarildo

COITADO DO ERÁRIO Major Santos: soldo foi mantido (Crédito:Fabiano Rocha)

Aberta inédita polêmica envolvendo a Justiça e o sistema prisional destinado a policiais militares no estado do Rio de Janeiro. O major Edson Raimundo dos Santos, condenado por ter torturado e assassinado o pedreiro Amarildo de Souza, em julho de 2013, quer que o estado lhe pague os dias trabalhados no presídio. Lá ele ficou até 2019, quando lhe concederam a liberdade condicional. Foi à Justiça e ganhou a causa. Ocorre, porém, que o major nunca deixou de receber os seus soldos – o que já é dinheiro do erário. A Justiça mandou pagar-lhe R$ 30.802,83. A própria PM é contra, e explica que ele trabalhou voluntariamente no presídio porque, a cada três dias de serviço, teve um dia descontado na pena.

PANDEMIA
“O Natal será triste na Europa”

ÁUSTRIA O mercado de fim de ano em Viena funcionou por poucos dias: quarta onda e lockdown (Crédito:Vadim Ghirda)

Advertência da OMS na quarta-feira 24: o Natal será triste na Europa. Haverá um impressionante e trágico número de mortos pela Covid. A entidade estima que pelo menos setecentas mil pessoas falecerão, vitimadas por essa que já é considerada a quarta onda do coronavírus no continente. Dos cinquenta e três países que integram a zona européia da OMS, quarenta e nove chegarão a março de 2022 com suas UTIs e hospitais sobrecarregados de doentes. Na Europa Oriental, os índices de vacinação apresentam-se excessivamente baixos, enquanto os anacrônicos e abomináveis grupos contrários à imunização seguem crescendo.

SOCIEDADE
Mulheres, não votem em Bolsonaro

Nenhuma brasileira deve votar em Jair Bolsonaro. Ele trata mulheres em situação de vulnerabilidade como se elas não fossem humanas — e quem despreza uma mulher nessa situação, despreza todas, seja qual for a classe social. Na quinta-feira 25 Bolsonaro voltou a criticar o projeto que visa a fornecer absorventes a mulheres pobres. “Começaram a menstruar no meu governo”, fez ele a piadinha. “Se sanciono a lei, se não tiver de onde tirar recursos é crime de responsabilidade”. Pois bem, crimes de responsabilidade ele comete todos os dias. Bolsonaro não gosta de pobre. Bolsonaro não gosta de tratar bem as mulheres. Junte mulher e pobreza, a coisa fica mais perversa ainda.

ELEIÇÕES
A boa tese do ministro Barroso

DEMOCRACIA Luís Roberto Barroso: em defesa da reserva de vagas para mulheres e não somente de cotas para candidaturas (Crédito:Kleyton Amorim)

Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, declarou ser favorável à seguinte questão: ao menos 20% das vagas na Câmara dos Deputados deveriam ser reservadas à candidatura de mulheres. Atualmente, 14,6% das cadeiras da Casa têm ocupação feminina (no Senado são 13,6%). “Ao invés de ter reserva de candidaturas, é preciso que haja reserva de vagas”, disse Barroso. “Assim, os partidos terão interesse em registrar candidaturas de mulheres que efetivamente queiram participar do processo e que tenham chances
de se eleger”.