Daniel-Day Lewis parece ter a certeza de que sua vocação é a marcenaria e, mais recentemente, o ofício de sapateiro. Mesmo tendo brilhado como ator de teatro e cinema, ele se revoltou contra seu talento e, em 2017, anunciou que ia abandonar a carreira para se dedicar à vida particular — e criar sapatos — quando completasse 60 anos e finalizasse “A Trama Fantasma”. O filme foi concluído e figura entre os concorrentes ao Oscar neste ano, com seis indicações, inclusive a de Melhor Ator para Day-Lewis. Muitos fãs não acreditam que ele irá cumprir a palavra, pois havia tomado decisão parecida em 1996 ao trocar os estúdios pelo ateliê. Voltou após cinco anos. Em uma carreira iniciada em 1971, fez papéis intensos. Em “Trama Fantasma”, em cartaz no Brasil, vive um costureiro londrino, Reynolds, que, apesar dos dias contados, continua obcecado pela perfeição e por sua musa. Um papel tão forte que poderá lhe render o quarto Oscar. Ele jura que a aparição na festa do Oscar, será a última. Poucos creem nisso. Se ocorrer, será uma perda para o cinema que os móveis e sapatos que ele produzir, por mais belos, não compensarão.