O 8 de janeiro de Lula

Petista quer grande cerimônia para denunciar ataques aos Três Poderes e convocou ministros e autoridades para um “abraço pela democracia”

(REUTERS/Adriano Machado)
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva Foto: (REUTERS/Adriano Machado)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quer seguir a mesma toada dos últimos anos e exaltar aquilo que ele comenta em todos os discursos desde que sentou pela terceira vez na cadeira presidencial: a manutenção da democracia após os ataques de 8 de janeiro. Lula quer uma grande cerimônia para marcar os dois anos da depredação dos Três Poderes.

Estão previstas quatro cerimônias diferentes, com duração de pelo menos duas horas no total. O evento deve marcar a entrega de obras e equipamentos destruídos após os ataques de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Um desses equipamentos é o histórico relógio de Dom João VI, feito pelo relojoeiro francês Balthazar Martinot. A peça foi destruída por Antônio Cláudio Alves Ferreira durante os ataques e levada à Suíça para restauração.

Outra obra que deve voltar a ser exposta é As Mulatas, de Di Cavalcanti. Ao todo, 21 monumentos devem retornar aos seus postos no Palácio do Planalto.

Lula ainda convocou autoridades, como ministros, membros do Supremo Tribunal Federal (STF) e os presidentes da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para participarem de um “abraço pela democracia”. O ato deve acontecer na rampa do Planalto, com a participação de manifestantes que ficarão na Praça dos Três Poderes.

STF também quer ato

Não é só Lula que quer usar a data para relembrar os ataques de 8 de janeiro. O STF também prepara um evento para marcar as invasões.

Principal afetado pelos ataques, a Suprema Corte deve realizar uma roda de conversa para debater os rumos do país após os ataques antidemocráticos. A mediação será feita pelo vice-presidente do STF, ministro Edson Fachin.

Na parte da tarde, Fachin deverá receber obras de arte com destroços de peças afetadas pela invasão.

O STF foi o principal alvo de ataques dos bolsonaristas durante os ataques aos Três Poderes. O plenário da Corte ficou completamente destruído e encharcado, documentos ficaram espalhados pelo prédio e até o símbolo da República foi retirado do local.