ROMA, 28 OUT (ANSA) – A Comissão Eleitoral de Moçambique declarou neste domingo (27) a vitória do presidente Filipe Nyusi na eleição do último dia 15 de outubro.   

Segundo o comitê, o atual mandatário foi reeleito com 73% dos votos, contra 22% do opositor Ossufo Momade, líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo).   

Aos 60 anos de idade, Nyusi está no poder desde 2015 e representa a socialista Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), força política que governa o país africano desde sua independência, em 1975.   

Seu partido terá 184 dos 250 assentos no Parlamento, enquanto a Renamo conquistou 60, mas a oposição rejeita o resultado da eleição, alegando que o pleito teve episódios de fraude e intimidação.   

Observadores da Embaixada dos Estados Unidos testemunharam “inúmeras irregularidades e vulnerabilidades durante a votação e o início da apuração”. Já uma missão enviada pela União Europeia disse que a eleição ocorreu sob um “clima de medo”.   

A Frelimo ainda elegeu os governadores das 10 províncias do país, escolhidos por sufrágio universal pela primeira vez na história. A maioria de dois terços no Parlamento permite ao governo mudar a Constituição para permitir um terceiro mandato de Nyusi daqui a cinco anos.   

Frelimo e Renamo foram rivais na guerra civil que assolou o país entre 1977 e 1992, quando um acordo de paz assinado em Roma paralisou o conflito. As hostilidades, no entanto, retornaram em 2013 e só foram encerradas formalmente em agosto passado, com a assinatura de um tratado entre Nyusi e Momade.   

Mas a vitória esmagadora do presidente e as denúncias de irregularidades nas eleições podem colocar em risco os resultados do acordo de paz. (ANSA)