A gigante americana de semicondutores Nvidia publicou, nesta quarta-feira (28), resultados superiores ao esperado pelo mercado no segundo trimestre, embora seu crescimento tenha sido moderado.

Após triplicar sua receita nos últimos trimestres, o grupo de Santa Clara desta vez os dobrou (+122% na comparação ano a ano), segundo seu informe de resultados, publicado após o fechamento de Wall Street.

Seu ritmo de expansão, no entanto, não tem comparação no setor.

Wall Street recebeu com frieza os resultados da Nvidia e suas ações caíram 5,8% nas transações eletrônicas posteriores ao sino de fechamento, às 18h40 de Brasília.

“A Nvidia continua desafiando a gravidade”, avaliou Matt Britzman, analista da Hargreaves Lansdown, “mas a reação da ação demonstra que isto não é suficiente para satisfazer o mercado”.

A Nvidia faturou 30 bilhões de dólares entre abril e julho (cerca de R$ 170 bilhões), acima dos US$ 28,8 bilhões (aproximadamente R$ 163 bilhões) esperados pelos analistas, segundo o consenso reunido anteriormente pela FactSet.

O lucro líquido no período considerado foi de 16,6 bilhões de dólares (aproximadamente R$ 94 bilhões), um crescimento de 168%. Por ação, a empresa referência do mercado ganhou 68 centavos de dólar, muito acima dos 61 centavos de dólar estimados pelos analistas.

Para o terceiro trimestre, a Nvidia prevê uma receita de 32,5 bilhões de dólares (aproximadamente R$ 180 bilhões), também acima dos US$ 31,7 bilhões (R$ 175 bilhões) esperados pelo mercado.

Há mais de dois anos, a gigante dos microchips pulveriza as expectativas do mercado a cada trimestre.

– “Posição dominante” –

Os resultados da Nvidia são impulsionados pela demanda de suas placas gráficas (GPU), chips com capacidades de cálculo extraordinárias, indispensáveis para o desenvolvimento da inteligência artificial (IA) generativa.

“A demanda por (microprocessadores) Hopper é sustentada e as expectativas para (os) Blackwell são incríveis”, disse o diretor-geral e cofundador da Nvidia, Jensen Huang, citado no comunicado de resultados.

Hopper é uma linha de microchips, que inclui o H100, o principal produto da empresa, o mais demandado pelo setor e que custa dezenas de milhares de dólares a unidade.

Em meados de março, a Nvidia apresentou sua sucessora, a família Blackwell, que chegará ao mercado antes do fim do ano. A empresa descreveu este tipo de chip como o “mais potente do mundo”.

O chefe do grupo assegurou que as primeiras amostras da Blackwell já foram enviadas aos principais clientes da empresa.

“O rápido lançamento da Blackwell será essencial para manter sua posição dominante no cada vez mais competitivo mercado dos chips de inteligência artificial”, alertou Jacob Bourne, da Emarketer.

Huang assegurou no comunicado que “os centros de armazenamento de dados (data centers) estão prontos para modernizar sua infraestrutura informática com capacidades de cálculo mais altas e inteligência artificial”.

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