O CEO do grupo de tecnologia americano Nvidia afirmou nesta quarta-feira (16) em Pequim que a empresa está “fazendo todo o possível” para abastecer o imenso mercado de semicondutores da China, segunda maior economia mundial.
Jesse Huang, que lidera a empresa com sede na Califórnia, está em Pequim para participar do Fórum Internacional da China sobre Cadeias de Suprimentos, um evento que busca destacar a imagem do país como defensor do livre comércio, em contraste com as políticas do presidente americano Donald Trump.
Huang declarou aos jornalistas que as autoridades chinesas garantiram que o país é “aberto e estável”.
O executivo ressaltou que sua empresa está muito interessada em abastecer o imenso mercado chinês de microchips, necessários para uma ampla gama de dispositivos tecnológicos, de smartphones até carros elétricos.
“Eles querem saber se a Nvidia continua investindo aqui, se continuamos fazendo todo o possível para abastecer este mercado”, declarou.
O dirigente anunciou na terça-feira que a empresa vai retomar a venda de chips H20 para IA na China, suspensa devido às restrições de exportação impostas pelos Estados Unidos.
Huang anunciou na terça-feira que a empresa retomará as vendas de chips H20 para IA à China, suspensa pelas restrições às exportações impostas pelo governo dos Estados Unidos.
Jensen Huang ressaltou nesta quarta-feira que a Inteligência Artificial (IA) “está transformando todas as indústrias” e elogiou a China como um país crucial no setor.
“A IA está transformando todas as indústrias, da pesquisa científica à saúde, passando pela energia, transporte e logística”, afirmou.
O empresário elogiou a inovação “super-rápida” da China, que no início do ano surpreendeu o setor com o lançamento do DeepSeek, um modelo de IA de código aberto comparável aos americanos, mas construído com componentes menos sofisticados.
“A IA de código aberto da China é um catalisador do progresso global, dando a cada país e a cada indústria a oportunidade de se unir à revolução da IA”, disse Huang.
Diante das turbulências globais provocadas pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos, a China está usando o fórum para promover sua imagem como defensora do livre comércio.
O vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, aproveitou o evento para criticar os países que “estão interferindo no mercado (…) usando medidas como a imposição de tarifas”.
“Precisamos construir um consenso compartilhado no desenvolvimento, nos opormos de maneira firme à politização (…) das questões econômicas e comerciais”, declarou.
Huang é um dos protagonistas do evento. A Nvidia se tornou esta semana a primeira empresa dos Estados Unidos a superar um valor de mercado de 4 trilhões de dólares.
A empresa com sede na Califórnia produz alguns dos semicondutores mais avançados do mundo, mas não pode vender seus melhores modelos à China devido aos temores americanos de que Pequim possa utilizá-los para aperfeiçoar suas capacidades militares.
Com as limitações, a Nvidia desenvolveu os chips H20 especificamente para exportação à China. Em abril, no entanto, o governo de Donald Trump endureceu as exigências para as licenças de exportação.
Na terça-feira, Huang declarou em um vídeo exibido pelo canal estatal chinês CCTV que o governo americano aprovou as licenças da empresa para a retomada das exportações do H20 para o país asiático.
“Estou ansioso pelo momento de despachar os H20, por isso estou muito feliz com esta excelente notícia”, afirmou.
pfc-oho/pbt/tym/dbh/atm-an/zm