A reeleição de Ricardo Teixeira para a presidência da Câmara Municipal de São Paulo deu ar de pacificação ao imbróglio que havia se aberto entre o União Brasil, partido do vereador, e o prefeito Ricardo Nunes (MDB), mas a legenda deu um novo sinal de agravo ao emedebista ao lançar a candidatura de Silvão Leite para a corregedoria-geral da Casa.
A eleição para os dois cargos ocorreu na manhã desta segunda-feira, 15. No caso da presidência, Teixeira não teve adversário e foi reeleito com 49 votos favoráveis e nenhuma oposição. Já o vereador Sargento Nantes (PP) teve 40 votos favoráveis para se eleger corregedor-geral, contra 13 de Silvão.
Acontece que, da base à oposição, vereadores haviam firmado um acordo para conduzir Teixeira e Nantes conjuntamente aos cargos sem maiores desconfortos. A pressão do ex-presidente da Câmara e presidente municipal do União Brasil, Milton Leite, pesou para a tentativa falha de melar o acordo.
Uma fonte na sigla relatou à IstoÉ, sob condição de anonimato, que soube da candidatura de Silvão a poucas horas da votação e encarou a decisão como uma afronta da legenda não só ao prefeito, mas a toda a Câmara — pela contrariedade ao que os parlamentares haviam acordado.
Nunes e o União Brasil
Uma das figuras mais poderosas da política paulistana, Leite também trabalhou para que a sigla trocasse a reeleição de Teixeira pela indicação de Rubinho Nunes, desafeto do prefeito, à presidência da Casa — ideia que foi abortada na sexta-feira, 12 — e, no ano anterior, atuou para que o mesmo Silvão, seu aliado e ex-chefe de gabinete, herdasse a cadeira que deixou ao desistir da reeleição no último pleito.
Durante o processo que chegou a ter Rubinho como candidato, o prefeito disse ao jornal Folha de S. Paulo que o União “agia como oposição”. A aliança se baseou em uma troca: o partido apoiou à reeleição de Nunes, em 2024, pela garantia de chefiar o Legislativo municipal nos quatro anos de seu mandato, que se encerra em 31 de dezembro de 2028.