Uma das mais doces e criativas almas desse País habitou a mente e o coração do compositor, escritor, cronista e locutor esportivo pernambucano Antonio Maria. Foi ele, por exemplo, quem escreveu essa delicadeza: “nas cordas do meu violão/que só teu amor procurou/vem uma voz/falar dos beijos/perdidos nos lábios teus”. Que saudade desse bom Brasil. Também é dele uma frase definitiva – “brasileiro, profissão: esperança”. Hoje podemos falar – “brasileiro, profissão: infelicidade”. Pesquisa feita pelo instituto de opinião Gallup (“World happiness report”) mostra que o brasileiro chegou ao máximo de sua infelicidade no ano passado devido à crise financeira e à pouca confiabilidade nos políticos. A pontuação da felicidade é calculada combinando-se índices objetivos, como desigualdade social, com elementos subjetivos, entre eles a sensação de insegurança. Ficamos com 6.300 pontos. Batemos nosso próprio recorde negativo que era 6.600 pontos (2007). Os finlandeses são os mais felizes do planeta (7.769 pontos) pela segunda vez consecutiva.

O futuro no cemitério

Bruno Gonzalez / EXTRA / AgÍncia O Globo

Já muito se falou que o Brasil é o país do futuro. Trata-se de uma referência, sobretudo, à valorização que devem ter, por parte do Estado e de toda a sociedade, as crianças, os adolescentes e os jovens. Infelizmente, o futuro está indo para o cemitério – morto por balas perdidas ou endereçadas. Estudo da Sociedade Brasileira de Pediatria aponta que foram registradas no território nacional, nas últimas duas décadas, nada menos que 156 mil mortes nessa faixa etária que nos remete ao futuro da Nação.

PERSONAGEM
Um brasileiro brilha no mundo

Luciana Whitaker/Folha Imagem/Folhapress

Deve-se crer na ciência como forma de avanço do conhecimento. Cada avanço, no entanto, nos traz mais mistérios. Deve-se crer, então, também nas religiões como fonte de estudo do que vai se apresentando de forma inexplicável. É assim que se dá o diálogo entre a ciência e a espiritualidade. Pela dedicação contínua no estreitamento de tal diálogo o astrônomo Marcelo Gleiser, 60 anos, tornou-se o primeiro brasileiro e o primeiro latino-americano a ganhar o conceituado prêmio Templeton, espécie de Nobel no campo do saber ao qual ele se dedica no Dartmouth College, nos EUA. Gleiser receberá pela láurea cerca de R$ 5 milhões. Ele se define como agnóstico, não como ateu, por ser o ateísmo uma contradição em si: “a crença na não crença”. Já receberam esse prêmio Madre Teresa e Dalai Lama.

“Albert Einstein definia o caminhar da ciência com a espiritualidade como sentimento religioso cósmico. E tal sentimento está na origem da arte e da própria ciência” Marcelo Gleiser

CORRUPÇÃO
Beto Richa é preso pela terceira vez

Ernani Ogata

O tucano Beto Richa, ex-governador do Paraná, foi preso preventivamente na semana passada. Pesa contra ele a acusação de desvio de R$ 22 milhões em construções e reformas de escola. é a terceira vez que Richa vai para a cadeia no período de um ano. Segundo o MP, Richa instalou uma quadrilha na Secretaria da Educação para obter vantagens indevidas.

PODER
A viagem de Carlos a Brasília

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O Brasil tem um vice-presidente da República: Hamilton Mourão. Manda a Constituição que ele assuma o comando da Nação em caso de viagem do presidente – Jair Bolsonaro, que esteve nos EUA. Mourão cumpriu a sua missão. Vazia de sentido foi a atitude de Carlos Bolsonaro: esteve no Palácio do Planalto e no Congreso para, segundo ele, cumprir missões que lhe foram dadas pelo pai. Carlos é vereador no Rio de Janeiro. Não tem legitimidade para atuar nos poderes Executivo ou Legislativo federais. Se foi a Brasília para tratar de assuntos pessoais ou a passeio, melhor seria que tivesse feito isso quando o pai estivesse presente. E se Jair Bolsonaro lhe deu missões, errou. Toda missão era de competência de Mourão.

SAÚDE
O sarampo venceu

Wilson Dias/Agência Brasil

O Brasil perdeu o certificado de erradicação do sarampo concedido pela Organização Pan-Americana de Saúde (é uma doença viral altamente contagiosa que pode levar à morte). Deve-se essa perda à confirmação de situação de endemia no Pará e no Amazonas – vinte e três casos e cinco casos, respectivamente, de um total de querenta e oito no País, nos primeiros três meses desse ano. Em 2018 houve dez mil relatos da doença. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (foto), pretende obter novamente o certificado de erradicação até o início de 2020. Apesar de ser uma doença bastante agressiva, o sarampo pode ser facilmente prevenido com a vacina tríplice viral (imuniza também contra caxumba e rubéola).