07/09/2023 - 15:31
Quarto ciclone extratropical desde junho deixou rastro de destruição em pelo menos 79 municípios do Rio Grande do Sul. Mais de 6 mil estão desalojados ou desabrigados, e outras nove pessoas seguem desaparecidas.As fortes chuvas causadas pela passagem de um ciclone extratropical que avança desde o início desta semana pela região Sul do Brasil já deixaram um saldo de ao menos 40 mortos, segundo dados oficiais atualizados nesta quinta-feira (07/09).
Outras nove pessoas seguem desaparecidas, todas no município de Muçum, no Rio Grande do Sul, estado que mais sofreu com as chuvas e que contabiliza até agora 39 óbitos, mais de 2.500 desabrigados e outros 3.500 desalojados no estado.
Houve danos em 79 municípios gaúchos; fortes ventos e enchentes levaram ao bloqueio de estradas e isolaram comunidades inteiras. O Vale do Taquari, na região central gaúcha, foi a área mais afetada.
Na última segunda, uma outra morte foi registrada em Santa Catarina, onde um homem morreu ao ter o carro atingido por uma árvore.
Estado de calamidade
Após o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), decretar situação de calamidade pública nos municípios afetados pelas chuvas, o governo federal deu aval à medida nesta quinta-feira (7). Com isso, eles devem ter acesso facilitado a recursos para reagir à catástrofe.
Segundo com a Defesa Civil gaúcha, 14 das 39 mortes no estado ocorreram em Muçum, onde as chuvas inundaram grande parte do município e muitos moradores foram obrigados a se refugiar nos telhados das suas casas.
O ciclone desta semana é o quarto ciclone extratropical a atingir o Rio Grande do Sul desde junho, quando outro ciclone causou a morte de 16 pessoas. Em julho, o fenômeno se repetiu, deixando três mortos e cerca de 1 milhão de pessoas sem eletricidade. Um terceiro ciclone passou em agosto, sem deixar grandes danos.
Nas redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou a situação e disse que todo o governo federal se coloca à disposição do governo gaúcho. Já Leite suspendeu as comemorações do 7 de Setembro e prometeu que "não faltarão recursos do governo do Estado para a reconstrução" do Vale do Taquari. O governador sobrevoou as áreas afetadas na quarta.
Mais temporais são esperados na região
Para o feriado do Dia da Independência, a metade sul do estado deve se preparar para fortes chuvas e temporais, com risco de ventania e queda de granizo. Em outras áreas do estado, incluindo os Vales do Caí e do Taquari, a Serra e o Planalto, as pancadas de chuva com raios poderão acontecer a qualquer hora do dia, desde a madrugada, mas com algumas pausas.
ra/ip/as (Lusa, ots)