Número de pessoas que vivem sós na Alemanha aumenta e chega a 20,6%

Número de pessoas que vivem sós na Alemanha aumenta e chega a 20,6%

"UmFenômeno é ainda mais expressivo entre idosos (34%) e jovens adultos (28%). Lares unipessoais são 41,6% do total do país, uma das maiores médias da União Europeia.Ao menos 17 milhões de pessoas na Alemanha, o equivalente a 20,6% da população, vivem sozinhas em suas casas, segundo dados divulgados pelo Departamento Federal de Estatísticas do país.

Esse número vem crescendo nas últimas duas décadas. Em 2005, por exemplo, 14 milhões viviam nessa condição, representando 17,1% da população.

Entre os idosos, o fenômeno é ainda mais expressivo: 34% dos maiores de 65 anos moram sozinhos, percentual que chega a 56% entre aqueles com 85 anos ou mais. Já entre os jovens adultos de 25 a 34 anos, 28% vivem sós – índice acima da média nacional.

Tipo de domicílio mais comum

A proliferação de lares unipessoais no país já faz com que o este tipo de domicílio seja o mais comum no país, correspondendo a 41,6% do total. Essa participação pode ultrapassar 45% até 2040, de acordo com as projeções oficiais.

Isso coloca o país na parte de cima do ranking europeu de lares unipessoais. Na União Europeia, a média de domicílios com apenas uma pessoa é de 16,2%. Apenas Lituânia, Finlândia, Dinamarca, Estônia e Suécia têm taxas mais altas que a Alemanha. Por outro lado, Eslováquia, Irlanda e Polônia registram os menores percentuais.

Morar sozinho, porém, tem suas desvantagens: uma em cada quatro pessoas nessa situação relata sentir-se frequentemente solitária, taxa superior à média de 16,3% da população geral com dez anos ou mais.

A solidão é especialmente frequente entre os menores de 30 anos que vivem sozinhos: quase 36% deles relatam essa sensação com regularidade. Entre os idosos com 65 anos ou mais nessa mesma condição, o índice cai para 17,6%.

Queda recorde na taxa de fertilidade

O aumento de lares únicos acompanha uma queda na taxa de fertilidade no país, que, em 2024, chegou a 1,35 filho por mulher – o menor índice em quase duas décadas.

A taxa permanece abaixo do nível necessário para reposição populacional no país, estimado em 2,1 filhos por mulher, o que deve levar a uma mudança demográfica.

No total, nasceram 677.117 crianças na Alemanha em 2024, uma redução de 15.872 em relação ao ano anterior.

Entre mulheres com cidadania alemã, a taxa caiu para 1,23, o menor valor desde 1996, quando foi de 1,22.

A queda da natalidade levanta preocupações sobre a sustentabilidade econômica e pressões sobre os sistemas de previdência e saúde na Alemanha.