PEQUIM, 21 JAN (ANSA) – A China confirmou nesta terça-feira (21) a morte de mais duas pessoas em decorrência de um novo coronavírus similar ao da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), elevando o total de vítimas para seis.   

De acordo com as autoridades de saúde chinesas, 77 novas pessoas foram infectadas pelo vírus, aumentando para 291 o número de casos confirmados.   

O país asiático revelou ontem (20) que o coronavírus poderia se espalhar através do contato humano, enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que vai convocar uma reunião para declarar o surto como uma emergência internacional de saúde.   

Grande parte das vítimas da misteriosa doença, que causa febre e dificuldades respiratórias, são de Wuhan, já que o surto teria começado em um mercado de peixes da cidade, fechado pelas autoridades em 1º de janeiro.   

A morte mais recente foi de um homem de 89 anos de idade. Ele sofreu com os sintomas característicos do coronavírus, além de já ter uma doença cardíaca. Segundo as autoridades, o vírus começou a se manifestar no idoso no dia 13 de janeiro e passou cinco dias hospitalizado.   

O vírus não ficou limitado na província de Hebei e se espalhou para outras cidades do país, como Pequim e Xangai. Alguns casos já foram registrados em outros países, como Tailândia e Coreia do Sul.   

Nesta terça-feira (21), a disseminação do coronavírus trouxe reflexos negativos nas bolsas asiáticas. Além disso, os aeroportos de outras nações da Ásia e da Oceania, como a Austrália, adotaram medidas rigorosas de triagem.   

As autoridades do estado australiano de Queensland informaram para a imprensa local que um homem foi colocado em quarentena.   

Ele estava voltando a Brisbane após visitar sua família em Wuhan.   

Um caso suspeito já foi identificado nas Filipinas. Uma criança de cinco anos de idade, natural de Wuhan, apresentou irritação na garganta e tosse, informou as autoridades do país à imprensa.   

“Estamos acompanhando a situação [do vírus chinês] em contato com o Centro Europeu de Controle e Prevenção de Doenças (ECDC).   

Uma reunião com os Estados-Membros já foi realizada em 17 de janeiro e uma outra foi convocada para amanhã, após um reavaliação da entidade”, explicou um porta-voz da Comissão Europeia.   

O momento do surto preocupa as autoridades da China, pois centenas de milhões de pessoas se preparam para viajar pelo país em decorrência do Ano Novo Chinês, que será celebrado em 25 de janeiro. O período é conhecido como a maior migração humana anual da Terra. Os coronavírus são uma família viral que causa infecções respiratórias de leves a graves, como a Sars, que matou cerca de 800 pessoas no início do milênio. A variação registrada na China provoca pneumonia e foi batizada como 2019-nCoV, mas outros aspectos do vírus são desconhecidos, a não ser sua semelhanca com a Sars.(ANSA)