Policiais israelenses e manifestantes palestinos voltaram a se enfrentar nesta sexta-feira (22) na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém, em um momento de grande tensão que afeta inclusive a Faixa de Gaza.

As forças de segurança de Israel entraram nesta sexta-feira na área sagrada para o islã e o judaísmo. Jovens palestinos atiraram pedras contra os policiais.

“Agitadores de máscara e com bandeiras do (movimento islamita) Hamas” atiraram pedras contra o Muro das Lamentações, o local sagrado para orações do judaísmo localizado na base da Esplanada das Mesquitas, afirmou a polícia israelense em um comunicado.

O local, onde fica mesquita de Al Aqsa e o Domo da Rocha, é o terceiro local sagrado do islã e o mais sagrado do judaísmo, sob o nome de Monte do Templo.

Os distúrbios deixaram pelo menos 27 feridos, dois deles em estado grave, informou o Crescente Vermelho palestino.

A tensão persiste na Esplanada, com ataques de pedras e tiros de balas de borracha, na terceira sexta-feira do mês sagrado do Ramadã, que coincide com o fim da celebração da Pessach, a Páscoa judaica.

Durante a última semana, mais de 200 pessoas, em sua maioria palestinos, ficaram feridas dentro e nos arredores da Esplanada das Mesquitas.

Os episódios de violência levaram o Hamas a lançar foguetes a partir da Faixa de Gaza contra Israel, cujo exército respondeu com ataques aéreos ao território palestino de 2,3 milhões de habitantes.

– Foguetes e bombardeios em Gaza –

A presença no local durante o Ramadã de um grande número de judeus – que têm autorização para visitar o lugar sob certas condições e em momentos específicos, sem rezar – e o envio das forças de segurança ao local sagrado, que fica na Cidade Antiga de Jerusalém, foram considerados uma “provocação” pelos palestinos e vários países da região.

Vários ministros árabes reunidos em Amã condenaram “os ataques e as violações israelenses contra os fiéis da mesquita de Al Aqsa”, um templo administrado pela Jordânia mas com os acessos controlados por Israel.

“Israel preserva e continuará preservando o ‘status quo’ no Monte do Templo, mas não aceitaremos em nenhum caso o lançamento de foguetes a partir da Faixa de Gaza”, afirmou na quinta-feira o ministro das Relações Exteriores, Yair Lapid.

Antes da declaração, Lapid se reuniu com a representante do Departamento de Estado americano para o Oriente Médio, Yaël Lempert, e com o emissário dos Estados Unidos para as relações israelense-palestinas, Hady Amr.

Os dois diplomatas americanos também se encontraram com dirigentes da Autoridade Palestina, que tem sede na Cisjordânia ocupada.

“O presidente (da Autoridade Palestina, Mahmud Abas) pediu a intervenção urgente do governo americano para acabar de uma vez por todas com a escalada israelense nos Territórios Palestinos”, afirmou Hussein al Sheikh, funcionário de alto escalão da Autoridade Palestina.

Os distúrbios na Esplanada das Mesquitas foram precedidos pelo aumento da tensão na área por uma série de atentados contra cidades israelenses e operações policiais, algumas letais, contra palestinos na Cisjordânia.

A situação ficou ainda mais grave na madrugada de quarta-feira para quinta-feira com o lançamento de foguetes a partir da Faixa de Gaza contra Israel, que respondeu com bombardeios no território palestino controlado pelo Hamas.

Este foi o momento mais violento entre Israel e o Hamas desde maio de 2021, quando aconteceu uma guerra de 11 dias em Gaza após semanas de tensão em Jerusalém.