ROMA, 28 AGO (ANSA) – Os confrontos armados entre grupos armados de governos rivais em Trípoli, na Líbia, já deixaram ao menos 32 mortos e 159 feridos, anunciou neste domingo (28) o Ministério da Saúde.
Em meio ao caos político registrado no país, os combates explodiram na última sexta-feira (26) entre milícias que apoiam o primeiro-ministro nomeado pelo Parlamento, Fathi Bashagha, e aqueles que defendem o premiê reconhecido pela ONU, Abdel Hamid Dbeibah.
Segundo relatos, o embate teve início quando um dos principais grupos de Trípoli atacou uma base mantida por outro, resultando em tiroteios e explosões. No sábado, os confrontos se intensificaram, atingindo, inclusive, diversos hospitais e centros de saúde.
A missão da ONU na Líbia, por sua vez, fez um apelo para a suspensão imediata do conflito e expressou preocupação por causa dos ataques em áreas de civis.
A mais nova crise na política da Líbia começou no fim do ano passado, quando o governo informou que as eleições presidenciais, que deveriam ocorrer em 24 de dezembro, seriam canceladas para 2022. Dividida em dois Parlamentos, unificados após uma derrota militar do marechal Khalifa Haftar em 2019, a Líbia tem uma sede política em Tobruk e outra em Trípoli. Essa última é reconhecida pela comunidade internacional. Em março do ano passado, Abdel Hamid Dbeibah foi escolhido como premiê com a principal função de realizar eleições após 10 anos.
No entanto, em novembro, a parte de Tobruk aprovou uma moção para remover o premiê por conta de seu fracasso já visível, mas o Conselho de Estado de Trípoli vetou o pedido. Após uma eleição conturbada, Fathi Bashagha foi anunciado como vencedor por “aclamação”, mas o resultado foi contestado por Dbeibah e por milícias que o apoiam. (ANSA)