21/04/2022 - 7:40
Israel executou dois ataques aéreos nesta quinta-feira (21) à Faixa de Gaza em resposta a uma série de foguetes disparados a partir deste território controlado pelo grupo islamita Hamas, o que aumenta a tensão ao redor dos locais sagrados de Jerusalém.
Na quarta-feira à noite, um foguete, o segundo esta semana, foi lançado a partir da Faixa de Gaza e caiu em um campo da cidade israelense de Sderot (sul), sem provocar feridos, de acordo com a polícia.
Em resposta, o exército israelense empreendeu uma série de ataques aéreos, que atingiram o centro do pequeno território de 2,3 milhões de habitantes.
“Os caças de combate do exército israelense atacaram posições militares e a entrada de um túnel que leva a um complexo subterrâneo onde são armazenados produtos químicos para os foguetes”, anunciaram as Forças Armadas.
O porta-voz do Hamas, Hazem Qasem, afirmou em um comunicado que “os ataques na Faixa de Gaza aumentam a determinação da população e da resistência (…) para defender nossos locais sagrados em Jerusalém e sem importar os sacrifícios”.
Horas depois, mais quatro foguetes foram lançados a partir do território palestino, segundo o exército israelense, que afirmou ter interceptado todos os projéteis com seu escudo antimísseis.
Na segunda-feira, um foguete lançado a partir de Gaza também foi interceptado pelo escudo antimísseis israelense “Cúpula de Ferro”.
Após o lançamento, que não foi reivindicado, a aviação israelense bombardeou posições que supostamente pertenciam ao movimento islamita Hamas, que respondeu com foguetes terra-ar contra as aeronaves.
As hostilidades acontecem após os confrontos do fim de semana entre manifestantes palestinos e policiais israelenses na Esplanada das Mesquitas de Jerusalém, o terceiro local mais sagrado do islã e o mais sagrado do judaísmo, com o nome de Monte do Templo.
Os distúrbios se repetiram na manhã de quinta-feira. A polícia israelense afirmou que “dezenas de agitadores atiraram pedras e garrafas incendiárias a partir da mesquita de Al Aqsa”.
“Um pequeno grupo violento impede a entrada dos fiéis muçulmanos na mesquita e provoca distúrbios”, afirmou em um comunicado.
As forças de segurança anunciaram a detenção de sete palestinos que participaram em “incidentes violentos” na véspera na Esplanada das Mesquitas.
A presença de judeus – que podem visitar a esplanada em condições e horários específicos, mas não podem rezar no local devido a um acordo tácito – e de policiais no local durante o Ramadã foi considerada pelos palestinos e vários países da região como uma medida de provocação.
A polícia israelense impediu na quarta-feira à noite que centenas de manifestantes nacionalistas judeus se aproximassem do bairro muçulmano da Cidade Antiga de Jerusalém para evitar confrontos que poderiam aumentar ainda mais a tensão.
A polícia bloqueou os manifestantes, que incluíam muitos apoiadores do deputado de extrema-direita Itamar Ben Gvir, que foi proibido pelo primeiro-ministro Naftali Bennett de entrar na área.
“Não permitirei que uma provocação política de Ben Gvir coloque em perigo os soldados e os policiais israelenses”, declarou Bennett.
Bennett, um político de direita e ligado ao movimento dos colonos israelenses, lidera um governo de coalizão ideologicamente diverso.
Sua coalizão perdeu recentemente a maioria de apenas uma cadeira na Kneset (Parlamento israelense).