Um navio mercante de propriedade americana foi atacado nesta segunda-feira (19) ao largo da costa sul do Iêmen, pouco depois dos rebeldes huthis reivindicarem um ataque a um navio britânico.

Os rebeldes huthis do Iêmen, um movimento insurgente que controla grandes áreas do território iemenita, têm realizado desde novembro uma série de ataques na rota do Mar Vermelho, uma via crucial para o transporte marítimo global.

Os incidentes resultaram em uma queda de receitas entre 40% e 50% no Canal de Suez, que conecta o Mar Vermelho ao Mediterrâneo, afirmou o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, nesta segunda.

Um navio americano com bandeira grega relatou nesta segunda-feira ter sofrido um “ataque com mísseis” no Golfo de Áden, e que outro projétil caiu no mar a poucos metros da embarcação, de acordo com a Ambrey, empresa especializada em segurança marítima.

“O navio relatou um projétil que atingiu a água a cerca de 10-15 metros”, disse o relatório. “Duas horas antes, a embarcação relatou um primeiro incidente.”

Não houve relatos de feridos ou danos ao navio, que continuou sua rota, conforme informou a Ambrey.

A Unidade de Operações de Comércio Marítimo do Reino Unido, liderada pela Marinha britânica, indicou “uma explosão muito próxima ao navio”, sem feridos ou danos.

Os rebeldes huthis reivindicaram a responsabilidade por um ataque a um navio britânico no Golfo de Áden, após uma empresa de segurança relatar um incidente durante a noite.

A milícia iemenita, um movimento afiliado ao Irã e em conflito com o governo desde 2014, afirma agir em solidariedade aos palestinos de Gaza, um território governado pelo Hamas, afetado pelo conflito entre Israel e o movimento islamista desde 7 de outubro.

Em resposta aos ataques huthis, os Estados Unidos lançaram em dezembro uma força multinacional para proteger a navegação no Mar Vermelho.

A União Europeia anunciou formalmente nesta segunda-feira o lançamento de sua própria missão.

O ministro de Energia do Catar, Saad al Kaabi, pediu nesta segunda-feira um cessar-fogo em Gaza para pôr fim à insegurança no Mar Vermelho, argumentando que “a raiz” do problema é “a invasão israelense de Gaza”.

“Esperamos que em breve ocorra um cessar-fogo que ponha fim a essa situação para que cesse o impacto econômico em todo o mundo”, declarou em uma coletiva de imprensa.

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