NÁPOLES, 18 JUL (ANSA) – A região de Campi Flegrei, que abriga um supervulcão subterrâneo em Nápoles, na Itália, voltou a ser sacudida por um terremoto na manhã desta sexta-feira (18), desta vez com magnitude 4.0 na escala Richter.
De acordo com o Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV), o abalo sísmico ocorreu às 9h14 (horário local), a uma profundidade de 2,5 quilômetros, valor considerado raso, e teve epicentro no bairro napolitano de Bagnoli.
O tremor foi sentido nitidamente em boa parte da maior cidade do sul da Itália, inclusive no centro histórico e nos andares mais baixos de edifícios, porém não há registro de danos ou vítimas, apesar das dezenas de chamados ao Corpo de Bombeiros.
Ainda assim, as autoridades suspenderam a circulação de trens em Nápoles por precaução.
O terremoto também foi seguido por mais de 10 réplicas com magnitude em torno de 1.5 na escala Richter. “Como todos os tremores que acontecem em Campi Flegrei, este também está ligado a processos de natureza vulcânica”, disse à ANSA Francesca Bianco, diretora do departamento de vulcões do INGV.
A região tem passado por uma intensa atividade sísmica desde o ano passado devido ao fenômeno do “bradismo”, caracterizado pela elevação do nível do solo a partir do gás e magma acumulados nas profundezas. Os abalos sísmicos mais intensos ocorreram em 13 de março e 30 de junho de 2025, com 4.6 na escala Richter.
Diferentemente do vizinho Vesúvio, os Campi Flegrei (termo em grego antigo para “campos ardentes”) não têm um vulcão principal, mas sim diversas crateras espalhadas por uma estrutura chamada “caldeira”, ou seja, uma área rebaixada e relativamente circular que se formou devido à erosão causada por erupções passadas.
O fenômeno do “bradismo” é acompanhado com atenção pelo governo italiano, que, no entanto, já disse que não há risco de erupção iminente no supervulcão. (ANSA).