Novo tarifaço mundial de Trump entra em vigor e sacode mercado

WASHINGTON, 7 AGO (ANSA) – As novas tarifas americanas contra produtos de diversas economias mundiais entraram em vigor às 0h de Washington (2h de Brasília) desta quinta-feira (7), delineando a nova ordem comercial defendida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.   

“Bilhões de dólares, em grande parte de países que tiraram vantagem dos EUA por muitos anos, começarão a fluir para a América”, declarou Trump no Truth poucos minutos antes do tarifaço entrar em vigor.   

Para as economias afetadas, a medida substitui os 10% aplicados em abril a quase todos os produtos que entram em território americano. Segundo o republicano, o objetivo é reequilibrar o comércio entre Washington e seus parceiros, que, segundo ele, “se beneficiam” da principal potência econômica do planeta.   

As tarifas em vigor a partir de hoje variam de 15% a 41%.   

União Europeia, Japão e Coreia do Sul, que estão entre os principais parceiros comerciais dos EUA, o valor é 15%. Já Suíça, Mianmar e Laos, além da Síria, ficaram com as taxas mais altas, de 39%, 40% e 41% respectivamente.   

Após muita negociação, a UE celebrou o acordo com o governo Trump.   

“Estamos muito satisfeitos com o nosso resultado: até algumas semanas atrás, falava-se da possibilidade de tarifas de 30%, mas agora conseguimos estabilizar e proteger as cadeias de suprimentos transatlânticas, em benefício da nossa indústria e dos nossos consumidores”, disse um porta-voz do bloco.   

No caso do Brasil, o tarifaço americano de 50% – o mais alto do mundo – entrou em vigor na última quarta-feira (6). A medida afeta 35% das exportações para os EUA, atingindo itens de peso no agronegócio, como café, carne bovina e pescados.   

Por outro lado, as tarifas excluem cerca de 700 produtos nacionais, sendo a laranja a única na lista de exceções entre as mais vendidas para o mercado americano. Para estes produtos, as taxas são de 10%.   

Diante do pouco espaço para negociações com o governo Trump, o Brasil deu os primeiros passos para recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) ainda na quarta.   

Uma iniciativa cujo governo de Luiz Inácio Lula da Silva não espera resultados concretos, mas a considera como um sinal de alto valor simbólico de liderança geopolítica. (ANSA).