Fernando Diniz completa, nesta quarta-feira, 20 dias de trabalho no São Paulo. À noite, a partir das 21 horas, o time visita o Cruzeiro, no Mineirão, e tenta manter-se invicto sob seu comando. Nos quatro jogos até agora com o treinador à beira do campo no Campeonato Brasileiro, o São Paulo obteve duas vitórias em casa, sobre Fortaleza e Corinthians, e dois empates fora, com Flamengo e Bahia.

Apesar do pouco tempo de trabalho, as características do técnico já aparecem no time. Se antes Cuca pensava em um estilo de jogo com menos troca de passes e, consequentemente, menor posse de bola, jogadas mais verticais e com velocidade, agora Diniz tenta cadenciar a equipe com saídas pelo chão desde o goleiro Tiago Volpi.

Volpi, aliás, tem feito trabalhos específicos com os pés durante os treinamentos no CT da Barra Funda. A ideia é que a construção das jogadas tenha início com o goleiro, uma marca das equipes que Diniz já comandou.

Além das atividades em campo, outra mudança no dia a dia do São Paulo foram as conversas mais longas com os jogadores de forma individual. Ex-meia e formado em Psicologia, Diniz tenta entender o “lado humano” do atleta durante os bate-papos. O atacante Alexandre Pato é um dos que têm recebido atenção especial do treinador.

“Não é só comigo, mas com todos os jogadores. Ele tem essa afinidade, está trazendo o grupo para ele, pelo jeito que ele é, uma pessoa confiável. Comigo ele tem conversado bastante, confia no meu futebol”, afirmou Pato.

Os novos métodos parecem ter agradado ao elenco são-paulino. Em diversas entrevistas, os jogadores elogiaram o técnico. Quem mais expôs as diferenças entre Diniz e Cuca foi o experiente Daniel Alves, de 36 anos. O lateral-direito e outros líderes do grupo foram ouvidos pela diretoria e “indicaram” Diniz após a saída do treinador.

“São duas ideias bem opostas. O Cuca prezava por marcações individuais, prezava por coisas conceituais. Algumas a equipe conseguia assimilar, mas outras não tanto. Acredito que o Diniz veio dar esse ‘upzinho’ no nosso time, de mais posicionamento, mais organização tática, mais personalidade de jogar, independentemente da zona ou do lugar. Um pouco da modernidade do futebol”, disse Daniel Alves.

O lateral agradeceu, por ele e pelos companheiros, o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva por contratado um treinador com ideias muito claras. “Nosso presidente nos brindou com esse presente e estamos muito felizes, porque entendemos o conceito. Sabemos que os conceitos são muito modernos e vão nos ajudar a conseguir coisas importantes.”

Com Diniz, a postura do São Paulo será sempre agressiva, “de peito aberto”, como afirmou o próprio treinador. Fã de um futebol “mais plástico”, o técnico tem como principal desafio deixar os jogadores confiantes para executarem o modelo de jogo. Diniz acredita que sua equipe tende a evoluir com o passar do tempo.

“O São Paulo pode chegar muito longe, temos de pensar sempre no melhor. É trabalhar treino a treino, jogo a jogo, mas o São Paulo sempre vai entrar para vencer seus jogos. A postura do time vai ser sempre agressiva, encarando o adversário de peito aberto. Acredito que essa equipe tem muito para evoluir em termos de qualidade de jogo e pontuação no campeonato”, projetou Diniz.