A situação na Bolívia é “patética” e a economia “está seriamente prejudicada”, afirmou nesta segunda-feira (9) o novo presidente, o esquerdista Luis Arce, que investiu em seu primeiro gabinete de ministros, a quem convidou para trabalhar com austeridade.
“A cada hora que passa somos informados da situação patética em que vive nosso Estado plurinacional”, disse o presidente, que tomou posse no domingo, após vencer as eleições de 18 de outubro com 55% dos votos.
“A situação econômica está seriamente prejudicada”, acrescentou o presidente, que então alertou seus novos colaboradores que “longas horas de trabalho os aguardam para poder retomar o ritmo de crescimento do desenvolvimento”.
“Este será um governo extremamente austero”, acrescentou ele perante seus ministros.
Durante sua posse no domingo, o presidente culpou o governo de transição de direita de Jeanine Áñez, que assumiu o cargo em novembro do ano passado, por cometer graves erros na gestão do país.
Arce lembrou que o PIB da Bolívia caiu 11,1% no segundo trimestre de 2020 e que o déficit fiscal para este ano será de 12,1%, o pior das últimas décadas.
O presidente observou que ficou sabendo da situação no país graças aos dados reunidos por uma comissão de transição do seu partido para nos últimos dias conversar com o governo que está de saída.
Na nova equipe de 16 ministros de Arce, não há a presença de políticos ligados ao ex-presidente Evo Morales (2006-2019), que nesta segunda-feira entrou na Bolívia vindo da Argentina, onde estava refugiado desde o ano passado.
O advogado Rogelio Mayta, defensor das vítimas do massacre na Bolívia em 2003, é o novo ministro das Relações Exteriores, e o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Edmundo Novillo, ocupa o Ministério da Defesa.
O ex-deputado Edgar Montaño, do Movimiento Al Socialismo (MAS), de Arce e Morales, foi nomeado para a pasta de Obras Públicas.
Os demais 13 ministros também não vieram das estruturas de liderança do MAS.