22/07/2016 - 18:00
De óculos, e um visual a la Clark Kent, Cauã Reymond aparecerá grisalho na próxima minissérie da Globo, “Justiça”, que estreia em agosto. “Não fiquei incomodado com os cabelos brancos. Já tenho alguns. Envelhecer faz parte da vida”, diz o ator, que na trama vive Maurício, um marido que cede às súplicas da mulher que é atropelada e fica tetraplégica (Marjorie Estiano) e pratica eutanásia. “Sempre serei a favor de seguir a lei, mas é difícil pensar no que é justo quando você se coloca em uma situação como esta”, diz.
Da Olimpíada para o mundo
Será o pontapé inicial para uma carreira internacional. No próximo vídeo de Anitta, “Sim ou Não”, gravado no México, ela canta com o astro colombiano Maluma. “Desde que o conheci gostei da energia dele. É um cara bonito, que canta bem e parecemos uma coisa só. Minha parceria com ele é mais vontade artística do que estratégia”, pontua a cantora, que se apresentará na abertura da Olimpíada no Maracanã, ao lado de Caetano Veloso e Gilberto Gil. “Estou feliz. Mas não esperem algo dançante como costumo fazer. A ideia foi do Caetano. Então será uma apresentação bem MPB, ao estilo deles”, conta. Ela aposta que os Jogos Olímpicos serão um estímulo ao brasileiro em meio à crise política. “Temos que mostrar que somos uma nação que luta, tem esperança e é feliz. A nossa união é muito maior que qualquer crise.”
Dia do Fico
Cumprindo os últimos dias como cônsul e consulesa da França em São Paulo, Damien e Alexandra Loras decidiram não ir embora do País, como previsto. Damien deve deixar a função de diplomata e seguirá em São Paulo na área de consultoria empresarial. Pesou na decisão o espaço no País que Alexandra ganhou no movimento pelo empoderamento de mulheres negras. Ela lança em agosto o livro “Gênios da Humanidade”, sobre grandes figuras negras da história.
“Fui estuprada aos 5 anos”
Em depoimento a uma plateia de mais 150 pessoas no debate “Planeta Mulher – Por que tanta violência contra uma força vital”, realizado pela Revista Planeta, na Fnac Paulista, a jornalista Alexandra Loras contou que foi estuprada na infância, aos 5 anos. “Era uma pessoa bem perto de meu lar, o filho da babá que cuidava de mim de vez em quando. Fiquei anos calada”, relatou Alexandra, consulesa da França em São Paulo e hoje uma das principais vozes do movimento pelo empoderamento das mulheres negras no País. “Hoje, vejo no meu grupo de mulheres empoderadas, que 80% delas já foram estupradas.” Sobre o fato, a consulesa resumiu que conseguiu superar o trauma e resignificar a história para se empoderar.
Após o evento, a jornalista criticou a multiplicação indiscriminada da pornografia na internet e relacionou casos de estupro e pedofilia ao aumento dessa prática. “Se olharmos que 58% dos vídeos baixados a cada dia são de pornografia, e se olharmos o quanto a pedofilia é combatida, por que deixamos essa narrativa acontecer?”, diz. “Precisamos de leis que proíbam a produção de pornografia que desrespeitem as mulheres e as coloquem em papéis submissos e vítimas de violência. Não podemos achar que isso seja apenas um detalhe. Não podemos pensar que o consumo de pornografia, livre e gratuito na internet, seja uma prática que não possa ser multiplicada e escolhida como uma verdade por muitas pessoas.”
Para Alexandra, a produção pornográfica pode expandir a maneira preconceituosa como homens se comportam em relação às mulheres. “Os assédios e os estupros estão na alma dos agressores, talvez porque estejamos multiplicando essa prática”, diz ela “Não estou falando de proibir a pornografia, mas que existam leis que de alguma forma regulem as produções para que sejam mais respeitosas com as mulheres, para que possamos mudar essa narrativa.”
Cuba em foco
Frei Betto relançou “Fidel e a Religião”(Companhia das Letras), esgotado no País por décadas. “Quando Fidel Castro deu o livro de presente para o papa, ele me disse que releu e ficou impressionado com sua atualidade”, conta. Com Cuba em foco, a aposta é apresentar o livro para novas gerações do País, que não conhecem a obra.
O sr. imaginava há 30 anos que esse livro resultasse na reconciliação de Cuba com o Vaticano?
Quando propus ao Fidel fazer o livro, seria uma entrevista para uma obra sobre Cuba que eu pretendia escrever para jovens brasileiros. Mas fui me surpreendendo tanto com o que ele respondia que percebi : isso vai gerar uma transformação. E, logo, dilatou a liberdade religiosa lá.
Por que acredita que o impacto foi tão grande?
Foi a primeira vez que um chefe de Estado comunista no poder falou positivamente sobre religião.
Otimista
Fernando Henrique Cardoso e o presidente do DEM, senador José Agripino Maia (DEM-RN), conversaram longamente, na quinta-feira 21, por telefone. A avaliação de FHC, segundo Agripino, é otimista em relação aos próximos passos do governo Temer. “Avaliamos que o inferno astral de Temer é pagina virada”. Para o senador, o impeachment está garantido, a não ser que aconteça o imponderável. Entenda-se fator Lava Jato? “Cada um que interprete como quiser”.
Sem escapatória
FHC encontrou-se com Pedro Moreira Salles, presidente do Conselho do Itaú Unibanco, que também manifestou expectativas positivas com os rumos da economia. Todos esperam pela aprovação, até o fim de 2016, do ajuste fiscal, norteando o limite de gastos do governo. E, a médio prazo, da reforma da Previdência. O consenso é de que não há escapatória para o País que não seja a de aprovar as reformas.
“Matei os anões”
Ao receber o prêmio Machado de Assis na ABL, o escritor Ignácio de Loyola Brandão contou que, aos 9 anos, criou este fim para o conto da Branca de Neve: “Matei os anões. Todos riram. Quando o final da história surpreende, ela foi bem-sucedida”.
Saia justa
Ficou a sensação de saia justa para o Ministro da Saúde, Ricardo Barros, na reunião com empresários do setor, na Fiesp. Raul Cutait encerrou o encontro, lembrando: “Problemas sabemos identificar. Difícil é encaminhar soluções”. À frente do conselho de responsabilidade social da Fiesp, o médico foi convidado para a pasta, mas não aceitou.
Basta comer verdura?
Barros não é da área e não animou a plateia. “Não dá para sua relação com a agricultura ser só a de comer verdura”, comparou um dos presentes.
O desafio dos 81
A deputada federal Luiza Erundina (PSOL-SP), candidata do partido à prefeitura de São Paulo, avalia que o maior desafio de sua candidatura não são os concorrentes, mas a carga de preconceito com sua idade. “Estou animada, é bonito ver os jovens se encantando com a política. Mas ainda é grande o preconceito com meus 81 anos. Já virei o jogo uma vez, e era bem menos experiente”. Erundina segue criticando a escolha de Rodrigo Maia para presidência da Câmara. “É triste ver a manutenção dos mesmos no poder.”
As inversões na cultura do estupro A delegada Cristiana Bento, que investigou o estupro coletivo de uma jovem no Rio, mostrou À plateia do debate “Planeta Mulher”, da revista Planeta, em SP, frase do indiciado Raí de Souza: “Errada era ela, que estava lá, um lugar de traficantes”. E a própria vítima insistiu com o acusado: “Me falaram que foi estupro, sim”.
