Novo papa ainda não foi definido, mas sua agenda já está cheia

VATICANO, 8 MAI (ANSA) – Por Fausto Gasparroni – Enquanto os cardeais se reúnem na Capela Sistina, no Vaticano, há um calendário inteiro de compromissos se aproximando e aguardando o novo Papa que emergirá das urnas do conclave.   

É uma agenda muito preenchida de atividades sobre as quais o novo pontífice eleito será chamado para expressar sua opinião ao longo dos dias posteriores à sua ascensão ao trono de Pedro.   

É claro que entre as primeiras tarefas do 267º Pontífice Romano está a escolha de seus colaboradores mais diretos e dos líderes dos Dicastérios da Cúria, o governo da Igreja universal.   

Portanto, ver quem confirmar (talvez porque o respectivo quinquênio ainda não tenha expirado) ou nomear do zero para os vários setores, afinal os cargos ? começando pelo de secretário de Estado, e com exceção de poucos ? expiraram com a morte do papa Francisco.   

Outra decisão que o novo papa terá que tomar muito em breve será se confirma ou não a viagem que Jorge Bergoglio deveria fazer à Turquia, antes do final do mês, para o aniversário do Concílio de Niceia: um evento muito importante no plano ecumênico, para o qual o Patriarca de Constantinopla Bartolomeu I sempre considerou a presença do argentino como certa, apesar da posterior recusa por motivos de saúde.   

A viagem, no entanto, já foi preparada e o novo pontífice só terá que decidir se irá pessoalmente, como a primeira viagem de seu pontificado, ou se enviará um delegado.   

Entre outros compromissos a serem agendados, destacam-se os relativos às canonizações que foram suspensas, em primeiro lugar a de Carlo Acutis, o santo milenar conhecido como “padroeiro da web”, que deveria ter ocorrido no dia 27 de abril por ocasião do Jubileu dos Adolescentes. Também está em vista a de Pier Giorgio Frassati no dia 3 de agosto, no final do Jubileu da Juventude, outro grande e aguardado evento jubilar.   

Depois, há aqueles que serão discutidos ? de Bartolo Longo, fundador do Santuário de Pompeia, a José Gregorio Hernández, o “médico do povo” que será o primeiro santo venezuelano ? para estabelecer a data, uma escolha que Francisco havia adiado para um Consistório que, no entanto, ele não teve tempo de programar e liderar.   

Será o capítulo jubilar, com a sua sucessão de acontecimentos, que mudará de ritmo com a nomeação do novo líder da Igreja Católica, depois do início difícil devido à doença e à hospitalização do falecido Bergoglio. Este Ano Santo, entre outras coisas, será o segundo na história depois do de 1700 em que a Porta Santa foi aberta por um papa e será fechada por outro.   

Os primeiros compromissos que aguardam o novo pontífice em um futuro próximo e em rápida sucessão são o Jubileu das Irmandades, de 16 a 18 de maio; Jubileu das Famílias, das Crianças, dos Avós e dos Idosos, de 30 de maio a 1º de junho; Jubileu dos Movimentos, Associações e novas Comunidades, entre 7 e 8 de junho; o Jubileu do Esporte, nos dias 14 e 15 de junho; Jubileu dos Governantes, de 20 a 22 de junho; dos Seminaristas e Sacerdotes, nos dias seguintes; e todos os outros que serão realizados até o fechamento da Porta Santa, em 6 de janeiro de 2026.   

A outra grande “obra” iniciada por Francisco e que, de certa forma, aguarda o novo Pontífice, é a “fase de implementação” trienal do Sínodo sobre a sinodalidade, que já prevê a publicação do Documento de Apoio neste mês de maio, os percursos de implementação nas Igrejas locais e seus agrupamentos, entre junho e dezembro, além do Jubileu das equipes sinodais e dos organismos de participação, de 24 a 26 de outubro, prosseguindo depois até a “Assembleia Eclesial no Vaticano”, prevista para outubro de 2028.   

Entre as questões mais espinhosas no horizonte, a partir de 22 de setembro, está o recurso do processo sobre a gestão de fundos da Santa Sé e a venda do Palácio de Londres, caso que inevitavelmente trará de volta aos holofotes o cardeal condenado Angelo Becciu, entre outros. (ANSA).