CARACAS, 20 AGO (ANSA) – O novo pacote econômico, que corta cinco zeros na moeda venezuelana, entra em vigor nesta segunda-feira (20) na Venezuela.   

A nova moeda, denominada “bolívar soberano” terá lastro em uma criptomoeda, chamada de Petro, que equivale à cotação do barril de petróleo produzido no país (US$ 60, ou cerca de RS$ 240).   

Cada Petro vale 3600 bolívares soberanos na cotação de hoje.   

O salário mínimo será o equivalente a meio petro, ou 1800 bolívares soberanos, o que representa um aumento de 34 vezes com relação ao valor anterior, que não era suficiente, por exemplo, para comprar meio quilo de carne até o último final de semana.   

O governo decretou feriado nacional nesta segunda-feira (20) e paralisou as atividades bancárias desde a noite de domingo (19), o que causou filas nos supermercados locais.   

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, diz que o país precisa de “disciplina fiscal”, além de “dar um fim à prática recorrente de imprimir dinheiro”, que já levou o país a uma a inflação de um milhão %, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI). O novo sistema terá moedas de 50 centavos e de um bolívar soberano, além de cédulas de dois, cinco, 10, 20, 50, 100, 200 e 500 bolívares soberanos. A economia venezuelana enfrenta o quarto ano consecutivo de recessão. O petróleo responde por 96% do PIB do país, que é comprometido por um déficit fiscal de 20%, ou US$ 150 bilhões. A crise é agravada pela queda da produção diária de petróleo, que hoje é de 1,4 milhão de barris por dia, frente aos 3,2 milhões diários em 2008. A crise econômica já fez com que 2,4 milhões de Venezuelanos deixassem o país desde 2014, tendo como principais destinos Colômbia, Peru, Equador e Brasil. Em Pacaraima, na região de fronteira do estado de Roraima, o governo brasileiro teve de enviar a Força Nacional de Segurança para conter conflitos entre moradores locais e imigrantes após um suposto assalto ter sido atribuído a um venezuelano. Estima-se que 1000 venezuelanos estejam vivendo em abrigos ou nas ruas da cidade. (ANSA)

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